O salão parecia que estava me engolindo aos poucos.
Muita gente. Muita conversa. Muita risada ensaiada.
Acho que, por ter crescido em um ambiente quase assim cheio de aparência, ruído e vigilância, ficar sozinha ainda é a melhor opção. Talvez sempre tenha sido.
Por isso deixei Mariana, Maira e Helena conversando e saí. Antes, procurei Leonardo. Queria dizer que estava pronta para ir embora. Mas como não o encontrei, decidi vir respirar um pouco aqui fora.
No lado externo do salão, há um jardim acolhedor e discreto.
Caminho devagar por entre pequenas trilhas de pedra branca, com arbustos bem aparados e árvores cítricas ao redor. O cheiro suave das folhas molhadas e da grama recém-regada me envolve. O mundo, por alguns minutos, parece mais leve, natural, fresco, quase reconfortante.
l
O céu acima está escuro, pontilhado por algumas estrelas.
As luzes do jardim acendem-se uma a uma, projetando reflexos dourados nas folhas.
Ao fundo, o som sereno da fonte corre devagar, tornando o l