Adentrei o escritório de Leonardo assim que o celular começou a tocar.
Ele estava atrás da mesa, os dedos digitando algo com agilidade no teclado. O olhar sério, o foco absoluto.
Quando me viu, fechou o notebook com calma e se levantou, indo direto para o sofá que havia no canto da sala.
O escritório era impecável.
As paredes em tom escuro davam um ar de autoridade. Estantes simétricas guardavam livros, pastas organizadas e alguns objetos que pareciam valiosos. Havia um globo antigo, um porta-charutos fechado com chave e uma pequena estatueta japonesa sob uma cúpula de vidro.
Tudo era exato. Sem excessos. Sem poeira. Nenhum quadro fora do lugar. Nenhuma luz forte demais.
Ali, até o caos parecia pedir licença para entrar.
Ele sentou-se no sofá com um ar contido, os olhos em mim enquanto o celular tocava.
Com um gesto rápido, Leonardo puxou outro notebook da mesinha central, abriu-o e começou a digitar em silêncio.
Com fones no ouvido e os olhos atentos, ele digitava rápido. E