Capítulo 30
Miguel
A dor da perda é uma das piores dores que o ser humano pode sentir. Não é só o luto, é também a culpa, a dor, o remorso, e os inúmeros “e se”. E se não tivesse sido assim? E se não tivéssemos brigado? E se tudo pudesse ser diferente?
E com tudo isso também tem o medo. O medo de se envolver com outra pessoa, o medo de perder novamente. E é isso que eu sinto com Helena.
Ela é tão leve, que mesmo com suas dores decidiu levantar e seguir em frente. Helena é como o sol que brilha numa tarde de domingo. Como um girassol erguido, e que balança suavemente com o vento.
Helena me mostrou que eu poderia seguir em frente.
Ela que veio de uma forma tão tranquila, como se quisesse arrumar o caos que estava dentro de mim. Mas eu ainda tenho medo. De perdê-la, de me perder novamente. Eu não quero passar pela mesma dor, nem pensar que de uma forma inesperada eu não a tenha por perto.
Acho que isso é o que mais me dificulta a nomear o que sinto por ela, como se a partir do momento