— Bruno, como você pôde fazer uma coisa dessas? — Olhei para ele, profundamente desapontada.
— Ela não morreu, você não queria que eu a batesse? — Bruno entrou no quarto, rindo suavemente enquanto estendia a mão para me tocar. — Não me diga que você vai sentir pena dela.
— Não me toque!
Afastei com força a mão dele que se aproximava, ainda sem acreditar no que estava acontecendo.
— Ela é sua irmã. E, além disso, eu só falei por falar...
Eu admito, ter saído do Escritório de Advocacia X foi, em parte, por medo de ser impedida pela minha própria profissão ou pelo meu senso de moralidade de fazer certas coisas.
Mas as palavras que Bruno disse a seguir ainda conseguiram quebrar o pouco de confiança que eu tinha nele.
— O que ela fez comigo, se eu a deixasse morrer cem vezes, não seria o suficiente. — Bruno se abaixou na minha frente, segurando minhas mãos com força. — Como suas mãos estão geladas...
Ele esfregou com vigor as minhas mãos, depois as colocou suavemente contra sua bochecha.
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