— Rui Sampaio! — Os olhos de Bruno, com um contraste nítido, transbordavam de frieza. — Se você sair agora, ainda posso fingir que nunca esteve aqui.
Rui soltou um sorriso amargo, e seus olhos úmidos se voltaram para mim.
— Antes, ele me ameaçou com o mesmo tom.
— Ele te ameaçou com o quê?
Era como se o tempo tivesse retrocedido ao dia em que decidi me mudar com Rui para a Cidade R, e meu coração se apertou mais uma vez.
— Rui Sampaio! — Bruno tentou interromper.
— Bruno Henriques! Já que chegamos a esse ponto, esconder as coisas não faz mais sentido. Além disso, já passamos por tantos conflitos, que diferença faz mais este? Não é verdade?
Bruno, ao ouvir minhas palavras, finalmente ficou em silêncio.
De costas para nós, ele cruzou os braços e se recostou na parede, dizendo friamente:
— Rápido, vocês têm só três minutos.
— Foi o Bruno quem não me deixou te procurar. Ele disse que, por causa do que aconteceu com meu irmão, eu deveria me vingar de você, e a vingança tinha que ser cruel.