Eu mal tinha empurrado Bruno para fora do quarto quando Gisele bateu à porta.
Mas sua batida não foi um gesto educado de cortesia.
Antes que pudéssemos sequer nos afastar, ainda entrelaçados pelo último beijo, ela já havia invadido o quarto.
— Irmão.
Seu rosto estava pálido, o corpo todo tremendo, com uma expressão de puro pânico, olhando ao redor como se procurasse por perigo.
No instante seguinte, como se tivesse sido encurralada, ela se espremeu entre mim e Bruno, usando tanta força que me empurrou contra a parede.
— Irmão, sonhei que meu braço estava sangrando muito, doía tanto! Eu ouvi alguém dizer que ia me matar.
A cama do quarto de hóspedes era dura, mas encontrei uma boa posição para assistir àquela cena, quase como se estivesse assistindo a uma peça teatral.
Achei tudo engraçado. Ela mesma havia armado essa farsa e se colocava no papel de vítima.
Se Gisele estava mesmo atormentada por pesadelos, como Bruno acreditava, certamente era resultado de suas próprias culpas.
Se