(Lua)
Eu nunca pensei que voltaria a sentir tanta ansiedade ao desembarcar em solo brasileiro. Era como se meu coração estivesse travando uma batalha contra si mesmo: a alegria de voltar para casa se misturava ao nervosismo de não saber como seria esse retorno.
Depois de tantas semanas em Boston, acompanhando Eduardo em cada exame, cada cirurgia, cada sessão exaustiva de fisioterapia, tudo o que eu queria era sentir novamente o cheiro familiar do Brasil. E, mais ainda, queria ver a reação da minha pequena Sol ao nos reencontrar. Eu sonhava com aquele instante todas as noites, imaginando o rostinho dela iluminado, os olhinhos brilhando e os bracinhos se estendendo para nós.
O avião pousou com um leve impacto, e senti um aperto no peito que me roubou o ar por alguns segundos. Olhei de lado, para Eduardo. Ele estava sério, como sempre, com aquele semblante inabalável que parecia feito de pedra. Mas eu já o conhecia bem demais para me enganar: por trás daquela máscara de frieza, havia uma