Capítulo 36, Estou rendido a paixão.
(Eduardo)
Fazia dias que eu vinha planejando isso. Desde a primeira noite com Lua em Paris, minha mente se transformou em um turbilhão. Eu não consegui mais olhar para ela da mesma forma. Queria fugir, me esconder atrás da minha arrogância, me convencer de que era apenas desejo, um impulso passageiro. Mas toda vez que via sua delicadeza, sua força e — principalmente — quando via Sol correndo para os meus braços, eu percebia que estava me perdendo.
Eu precisava de espaço. Precisava de um lugar onde pudesse mostrar a ela que eu não era apenas o homem frio e duro que o acidente moldou. Por isso comprei aquela casa na praia de Arraial do Cabo, em uma ilha particular dentro de um condomínio fechado. Não era apenas uma fuga. Era um refúgio. Um recomeço.
Quando o carro parou diante da entrada da casa, Lua olhou para mim com um misto de desconfiança e surpresa.
— O que você aprontou dessa vez, Eduardo? — perguntou, arqueando a sobrancelha.
Sorri de canto.
— Só espere para ver.
A babá carregav