Capítulo treze
"Eu era o demônio, aparentemente" ele dizia, quase como se isso fosse explicação para algo. "Meus pais evitam essa história, eu quase me ferrei por causa disso e, graças a isso também, demorei a fazer amigos." Na primeira vez que ele contou isso para alguém além de Rita, a amiga mais antiga dentre todos os outros, eles estavam bebendo na calçada de uma igreja vazia. Era véspera de natal e já haviam secado três vodcas: Eli, Thom, Rita e Otto; Lucas era um participante ocasional antes de começar a namorar Otto nessa época. Passava maior parte do tempo em casa, tentando fingir que as notificações em seu celular não eram mensagens de caras querendo um lance rápido e casual. Ele apareceria em algum momento, pouco depois da meia-noite.

"Era muito pequeno para sofrer as consequências dos meus atos" disse entre uma dose e outra. "Mas, eu devo ter sofrido por algum motivo, bem aqui…" ele colocou a ponta do dedo indicador em sua têmpora esquerda.

"Nada passa despercebido pelo cérebro." Elise com
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