Peter está no último ano do ensino médio quando sua vida vira de cabeça para baixo: ele é forçado a se mudar para a casa do novo noivo da mãe e, junto com a nova casa, vem Logan. Logan é tudo que Peter detesta: arrogante, agressivo, misterioso e... absurdamente atraente. Eles deveriam ser como irmãos. É isso que suas famílias esperam. Mas a convivência entre eles se transforma em um jogo perigoso entre provocações, silêncios e olhares que dizem mais do que deveriam. A tensão cresce a cada dia, assim como a atração proibida que os dois lutam para negar. Eles dividem o mesmo teto. Mas o que realmente os separa... é o que não pode ser dito. Afinal... irmãos não se olham assim. E, definitivamente, irmãos não se beijam.
Ler maisLoganA festa já tinha começado errada pra mim antes mesmo de sair de casa.Alice estava eufórica na escola, falando sem parar de como ia ser divertido, quem estaria lá, quais músicas iam tocar. E eu só conseguia imaginar o sufoco que ia ser. Gente demais, barulho demais, todo mundo fingindo que tava se divertindo quando na real só estavam se exibindo. E eu… eu só ia porque era isso que esperavam de mim. Eu era o namorado da Alice, “o cara de sorte” que namorava a menina mais bonita da sala.Eu gosto da Alice. Gosto mesmo. Mas não é o tipo de gostar que devia ser. Não é aquele calor no peito, aquela ansiedade boa de encostar. E quanto mais o tempo passa, mais me sinto preso num papel que alguém escreveu e colocou na minha mão. Só que nunca perguntaram se eu queria interpretar.E naquela noite, tudo isso ficou ainda mais gritante porque Peter estava lá.Eu o vi durante todo o tempo. Rindo alto, o cabelo loiro caindo de qualquer jeito na testa, iluminado pelas luzes coloridas do jardi
PeterEu o olhei diretamente, sentindo meu peito quase rasgar com as emoções fervilhando dentro de mim. A dor do luto se mesclou com o nervosismo, a ansiedade que parecia me correr por dentro. Fiquei enjoado, confuso, sem saber o que eu deveria sentir. Se deveria focar nas mãos de Logan sobre mim ou no medo intenso que me acometeu quando ele parecia tentar nos matar na estrada vazia. Era tudo tao confuso, ao mesmo tempo, tao intenso, que eu não sabia se queria repelir ou sentir um pouco mais disso. "Você sabe que meu pai morreu em um acidente de carro. Eu não me sinto seguro." Virei o rosto, tentando esconder a lágrima teimosa que escorreu pelo canto do olho. Não queria que ele visse, mas o silêncio que se seguiu me fez sentir ainda mais exposto.Logan não disse nada por alguns segundos. O silêncio dele queimava, e eu podia sentir o peso do olhar fixo em mim. Quando finalmente falou, sua voz soou diferente. Não havia raiva, nem deboche. Era algo... genuíno."Eu não sabia, Peter. Me
PeterEu nunca achei que teria coragem de fazer algo como aquilo. Mas fosse pela bebida, ou pela vontade de viver o desejo na pele, eu decidi beijar Joshua.Ele me atraía, sim. Mas não era como se eu estivesse esperando que aquilo acontecesse. Já saber que ele queria, isso sim, foi uma surpresa.Mas eu nem tive chance de saber qual gosto ele teria.Foi nesse momento que Logan entrou no jogo, estragando tudo, como sempre. Ele arrancou Joshua de perto de mim com uma força que fez todos se calarem.Todos se levantaram, surpresos.Lina parou ao meu lado, checando se eu estava bem. Alice foi até Logan, mas ele mal parecia enxergar, cego de raiva."Você está louco, Brooks?" Joshua perguntou, confuso e irritado.Logan não respondeu, parado em frente a ele com as narinas se expandindo e o rosto vermelho."É ciúme de mim ou do loirinho?" Joshua provocou, piorando a situação."Qual é o seu problema?" Fui até Logan depois de uma tentativa falha de Lina me segurar. "Responde, caralho!" Ele arrega
PeterFui até o balde de bebidas antes. O liquido da coragem tinha de funcionar, só assim que não deixaria minha ansiedade social me afetar ao ver aqueles pares de olhos me encarando de forma intimidadora. Enquanto seguíamos até eles, Lina me encarava com um olhar de “tem certeza?” que me fazia rir de nervoso. Porque não, eu não tinha certeza alguma de que estava fazendo o certo.Joshua foi rápido ao me apresentar, deslizando a mão direita sobre meu ombro como se fossemos íntimos há muito tempo. "Gente, esse é o Peter. A Lina todos conhecem"Ela acenou um tanto desconcertada, parando ao lado de Alice para pegar um pouco da vodca na mesa.Todos disseram um oi em uníssono, num tom um tanto desanimado, mas presente para me receber. Exceto ele. Não foi a recepção calorosa que eu esperava, mas ingenuamente eu pensei que ao menos um aceno de cabeça eu teria de Logan. Me cumprimentar estaria dentro do nosso teatrinho de desconhecidos em frente aos colegas de escola, e ao menos, o faria
PeterO silêncio dentro da picape pesava no ar, tão pesado que dava para cortar com uma faca. A única coisa que quebrava o incômodo era o ronco constante do motor. Era estranho estar ali, no meu próprio carro, mas com Logan no volante e dirigindo como se estivesse tentando ganhar uma corrida com ele mesmo. Eu me sentia como um passageiro na minha própria vida, e o motorista era o meu meio-irmão postiço e irritante.Eu tentava não olhar para ele, mas falhava. O cabelo preto, preso de qualquer jeito, caía sobre a testa, e os músculos do braço se contraíam a cada curva que ele fazia com força demais. Uma sensação estranha me atravessava, um medo misturado com... outra coisa.Como estar numa montanha-russa: frio na barriga, adrenalina, e aquele impulso idiota de querer mais, mesmo sabendo que era perigoso. Eu quis gritar pra ele ir devagar, mas a voz travou.Por que caralhos eu me sentia um covarde perto dele?Quando ele parou diante da casa de Martha, um casarão enorme com luzes piscando
LoganPeter era um mimadinho. Agia como se o mundo tivesse que estar constantemente jogando tudo aos seus pés, e isso me irritava pra caralho. Naquela noite, só de pensar nele, meu estômago embrulhava. O pivete com a picape nova, a mãe que parecia saída de comercial de margarina e aquela vida perfeita... era como esfregar na minha cara tudo que eu não tinha.A porra do meu carro, que era um dos poucos presentes que meu pai me deu, estava largado na oficina, porque ele estava sempre "ocupado demais" pra buscar. Mas o queridinho, que apareceu do nada, ganhou um carro como se fosse nada.Eu sentia a raiva borbulhar, misturada com uma pontada de inveja que eu me odiava por sentir.A festa da Martha era minha chance de esquecer essa merda toda por algumas horas. Eu ia ver meus amigos... e a Alice. Eu gostava dela, ou pelo menos era o que eu dizia pra mim mesmo.Ela era bonita, inteligente, me tratava bem. Mas, sei lá, quando ficávamos juntos, sempre parecia meio ensaiado. Como se eu estive
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