O Thomaz criança nunca superaria o trauma de ter sido tocado e ter matado por isso. Ele levaria para uma vida toda. Ninguém mais. Foi uma escolha que ele fez, e que, tão logo crescer virasse uma regra, ele esqueceria da motivação por trás de suas ações. Ele esqueceria que o tempo foi um amigo diversas vezes e que, por diversos motivos, também foi seu pior inimigo. Ainda que Thomaz fosse o próprio tempo, por muito, muito…
— Tempo? — Rita perguntou, a voz misturada à mistura de ritmos que emanava dos diversos aparelhos de som integrados aos carros ali presentes.
— O que? — Thom apertou o olhar, como se pudesse ouvir através dele.
— Tem um tempo?
Thom apenas concordou.
Ela o arrastou para um canto, longe de todo o barulho. O encarou por um bom tempo, como se pudesse ver no rosto do seu amigo todas às vezes em que ele se perdeu nas próprias intenções por pura fragilidade.
— O que? — Ele perguntou rindo.
— Eu tô chapada. — Ela riu.
Os dois se encararam por alguns segundos, rindo como bobos.