O cheiro de álcool e fumaça de cigarro pairava suavemente no ar da rua tranquila. Thomaz sentiu uma estranha melancolia, uma falta que ele não conseguia identificar, como se uma melodia estivesse presa em sua mente, mas sem letra ou ritmo definidos. Havia um barulho ecoando em sua mente desde aquela manhã, como se nada tivesse sido planejado. Ele sentiu como se tivesse esquecido algo crucial, mas a lembrança escapava, deslizava como areia entre os dedos. A sua própria memória, outrora um labirinto familiar de eventos, agora se apresentava como uma tela em branco. Ele não se lembrava de ter voltado no tempo, de ter reescrito o passado, de ter confrontado o vigia da creche. Para ele, tudo era novo, e a ausência de uma dor familiar era, por si só, uma dor.
Quando encontrou Rita na esquina de sua rua, próximo das 18:40, seu espírito se acendeu como se, pela primeira vez nas últimas horas, tudo estivesse dando certo. Ela acenou de longe para ele; segurava um cigarro aceso entre os dedos e,