No Império Roveaven, os ômegas são os chefes de suas famílias em sua grande maioria e os alfas são valentes soldados que lutam bravamente. Pelo menos essa é a premissa do livro que Luciano adora ler. Mas como seria viver dentro do seu livro predileto e ter a chance de conhecer o seu personagem preferido? Luciano acorda no corpo de Lucian Saint Richmond, o oitavo filho do Imperador de Roveaven cujo único final que lhe aguarda é a morte. Descobrir o motivo de sua vinda ao livro e garantir a sua sobrevivência se tornam a sua principal tarefa, mas é difícil fazer isso sendo um príncipe renegado e abandonado sem apoio político algum. Além disso, o Imperador lhe dá uma ordem direta para que se casasse com um Grão-duque! Lucian não poderia estar mais feliz com a notícia, já que o Grão-duque é ninguém menos que Magnus Grimwood, o primeiro vilão da história e o seu crush literário. Será que salvar a vida do seu vilão e a de si mesmo seria a resposta que Lucian procura? Ele será capaz de fazer o vilão amar a ele ao invés do verdadeiro protagonista da história? — A sua presença é irritante, Lucian. — Pelo menos de alguma forma eu existo pra você. Só preciso transformar toda essa irritação em amor.
Ler maisUm ômega dentro da sociedade era a maior bênção que uma família poderia ter. No Império Roveaven, os ômegas detinham o poder de gerenciar suas famílias e garantir o futuro ao gerar novos herdeiros. Ômegas detinham uma qualidade natural de conseguir gerenciar cada esfera de suas vidas com cuidado e atenção, garantindo que tudo flua de acordo com os seus planos.A família Grimwood já estava sob os holofotes por causa do seu primogênito, Magnus, um ômega e herdeiro do título de único Grão-duque do Império. A surpresa foi ainda maior quando, dez anos depois, a Grã-duquesa anunciou o nascimento do terceiro filho, Eugene, também um ômega.O futuro daquela criança já estava selado.Por ter um irmão mais velho ômega, Eugene só herdaria o título caso algo ocorresse a Magnus e ele não tivesse herdeiros. Isso dava liberdade ao filho caçula de se casar com um alfa que pudesse tirar proveito de sua posição social.Eugene sabia muito bem o quanto valia no mercado casamenteiro. Sabia também que muit
Alguns meses havia se passado desde o ataque na capitaL Desde que Eugene vira Cadec.Imaginava que o príncipe estivesse ocupado com seus deveres, afinal, a atividade de mercenários aumentara nos últimos meses. Magnus, por sua vez, ordenou que Eugene permanecesse na academia até sua formatura e evitasse sair desnecessariamente, sempre acompanhado por sua guarda.Ele não era tolo a ponto de fazer birra, considerando aquilo uma injustiça. Eugene tinha plena consciência da delicadeza do cenário atual, especialmente após ter sido alvo de um ataque surpresa. Contudo, era frustrante ficar confinado, protegido, sem poder fazer nada.E, para piorar, a confissão mal resolvida pairava em sua mente.— Ah... se arrependimento matasse... — suspirou Eugene, esfregando a testa.Mas, de fato, mal tinha tempo para pensar adequadamente.Independentemente do caos que assolava o Império, Eugene estava prestes a se formar na academia. Precisava finalizar seus deveres como presidente do conselho estudantil,
A luta pelo trono deveria, em tese, ocorrer sem o derramamento de sangue. O jogo político abria espaço para quem soubesse ser um governante sábio, protegendo o povo e mantendo os nobres sob controle, evitando que sua soberba ultrapassasse os limites.O Império de Roveaven parecia dividido. Muitos nobres tradicionalistas se opunham ao Primeiro Príncipe simplesmente por ele ser um alfa, após gerações de ômegas no trono. Ninguém questionava sua capacidade de governar, mas, para seus opositores, o sangue que corria em suas veias era motivo suficiente.Contudo, para os apoiadores de Cadec, isso não bastava.— Até o Oitavo Príncipe já se casou! — pressionava um dos nobres. — Está na hora de encontrar um ômega para governar ao seu lado, Vossa Alteza.— Se tiver um ômega, muitos deixarão de resistir. Mostre-se um esposo devoto e ganhará o afeto do povo.Enquanto caminhava pelos corredores silenciosos do Palácio do Sol, Cadec não conseguia evitar que os conselhos de seus aliados ecoassem em su
A situação estava tensa. Lucian sentia o peso do olhar intenso de seu esposo, que, há alguns minutos, permanecia sentado na poltrona, pernas cruzadas, bebendo um gole de whisky. O silêncio era sufocante, quase palpável, e o fazia se sentir como uma criança travessa que cometera um erro e agora aguardava um sermão iminente.Remexendo-se sob os pesados cobertores que cobriam seu colo, Lucian quebrou o silêncio.— Por favor, diga alguma coisa — pediu ele, a voz suave, mas inquieta.Magnus manteve o olhar fixo em Lucian, colocando o copo de whisky sobre a mesa circular ao lado.— O que deseja ouvir de mim? — perguntou ele, o tom enigmático.— Ora essa, qualquer coisa! — exclamou Lucian, sentindo a frustração crescer. — Você está em silêncio desde que chegou, e eu sei que já está ciente do que aconteceu.Um sorriso ladino se formou nos lábios de Magnus enquanto ele se levantava lentamente da poltrona. Seus passos eram suaves, quase silenciosos, enquanto caminhava em direção à cama onde Luc
A morte de um filho ainda era um choque para o Imperador. Elyon foi o seu quarto filho a perder a vida. Justo quando ele pensou ter garantido a segurança de todos eles, podendo vê-los crescer saudáveis e prontos para disputarem o trono de maneira política e sem derramamento de sangue.Mas como poderia ele se iludir com aquilo, quando a sua própria coroa também carrega um passado sangrento?Ser um governante ia além de entender de política e economia. Ia além de saber governar. Era aceitar o fardo do trono e da coroa e sentir o alvo preso em suas costas alvejando a sua vida. Que destino cruel ele trouxera para seus filhos apenas por carregarem o seu sangue.Depois de lidar com a Condessa Sahara, o Imperador Rehael achou que seu dia de problemas havia acabado. Ele havia sido claro ao ordenar que nenhum casamento de Dáhlia aconteceria sem sua aprovação, frustrando profundamente a Condessa. Mas, para Rehael, a ordem estava dada. Porém, um guarda logo entrou na sala do trono, trazendo notí
Após trocar suas roupas molhadas por trajes secos e confortáveis, Lucian se aproximou do estofado onde encontrou o jovem Eugene, claramente pensativo. O ômega, que costumava ser alegre e inocente, sempre trazendo leveza aos ambientes com sua ingenuidade, agora parecia envolto por uma sombra. O semblante triste transformava-o em uma versão miniatura de Magnus.Que pensamento irônico, Lucian refletiu.— Está mais calmo? — questionou o príncipe, sentando-se ao lado do rapaz.Eugene ergueu seus olhos rosados e sorriu levemente.— Sim, Vossa Alteza.— Não precisa fingir que está bem quando claramente não está. Imagino que tenha ficado bastante assustado.Eugene soltou um riso abafado e voltou a encarar as próprias mãos, que apertavam a capa que Cadec lhe havia dado.— Não é a primeira vez que testemunho um ataque. Sendo um Grimwood, já estou acostumado a isso.Lucian arqueou a sobrancelha, intrigado pela reação do rapaz. Eugene, na história original, era um personagem que aparecia poucas v
As portas maciças do Palácio Imperial se abriram com um estrondo, e o som das botas de Magnus Grimwood ecoou pelos corredores de mármore. Seu semblante era frio, quase gelado, enquanto avançava pelo salão, cercado por seus homens de confiança da guarda pessoal. Os criados e guardas imperiais o observavam de longe, temendo cruzar seu caminho. O Grão-duque do Império, o único com tal título, não era um homem de quem se esperava calor ou empatia. Seus olhos vermelhos carmesins, tão afiados quanto a lâmina que ele carrega à cintura, estavam sombrios com uma ira contida.Ele havia recebido a urgente mensagem há menos de uma hora: Eugene e Cadec foram atacados publicamente por rebeldes.Para Magnus, o fato de que um ataque ocorreu à luz do dia, na frente de várias pessoas, e que o seu irmão mais novo estava envolvido… isso era uma afronta imperdoável. Sua mente fria e calculista já havia elaborado alguns possíveis cenários, tal como fizera com o falecido Conde Moutuni.Rebeldes contratados?
Durante a festa do chá da Condessa Sahara - No centro comercial do bairro nobreA carruagem ornamentada deslizava pela rua principal do movimentado centro comercial, atraindo olhares curiosos, especialmente quando o brasão da família Grimwood — a mais poderosa abaixo da família imperial — foi reconhecido. Murmúrios começaram a se espalhar enquanto as pessoas tentavam adivinhar quem estava por trás das cortinas fechadas, até que o jovem de olhos rosados saltou graciosamente para fora.Eugene olhou ao redor, sorrindo docemente para os nobres que o encaravam. Ele acenou em cortesia, ganhando risadinhas tímidas das jovens solteiras que apreciavam sua beleza. Geralmente, essa atenção o incomodava, mas naquela tarde, o ômega estava de bom humor. O sol brilhava, apesar do vento gélido do inverno, e isso trouxe um pouco de animação ao seu coração.Enquanto caminhava pelas ruas do centro comercial, Eugene tinha uma única coisa em mente: encontrar um presente. Um gesto de gratidão a Cadec, o pr
— Tragam uma toalha e um cobertor para a princesa! — ordenou a Condessa Sahara aos criados, que rapidamente correram para dentro da mansão.O caos se espalhou rapidamente após o acidente no lago. Lucian estava encharcado, seus longos cabelos dourados colados ao corpo, e a camisa branca totalmente transparente revelava uma beleza que fez muitas das senhoritas presentes corarem. Mas ele não se importava com isso. Seu foco estava na senhorita Júpiter, ao lado de quem permaneceu, certificando-se de que ela estava bem.— Minha nossa, Lucian! Eu gostaria que você se mantivesse longe do perigo — comentou Cassander, retirando seu sobretudo e colocando-o sobre os ombros de Lucian, cobrindo sua quase nudez.— Não posso fingir cegueira quando uma jovem está em perigo — respondeu Lucian, sempre calmo. — Como se sente, senhorita?Lucian usou o casaco que havia dado a Cassander antes de pular na água para cobrir os ombros da senhorita Júpiter. A jovem, agora desprovida de sua imponência anterior, e