No Império Roveaven, os ômegas são os chefes de suas famílias em sua grande maioria e os alfas são valentes soldados que lutam bravamente. Pelo menos essa é a premissa do livro que Luciano adora ler. Mas como seria viver dentro do seu livro predileto e ter a chance de conhecer o seu personagem preferido? Luciano acorda no corpo de Lucian Saint Richmond, o oitavo filho do Imperador de Roveaven cujo único final que lhe aguarda é a morte. Descobrir o motivo de sua vinda ao livro e garantir a sua sobrevivência se tornam a sua principal tarefa, mas é difícil fazer isso sendo um príncipe renegado e abandonado sem apoio político algum. Além disso, o Imperador lhe dá uma ordem direta para que se casasse com um Grão-duque! Lucian não poderia estar mais feliz com a notícia, já que o Grão-duque é ninguém menos que Magnus Grimwood, o primeiro vilão da história e o seu crush literário. Será que salvar a vida do seu vilão e a de si mesmo seria a resposta que Lucian procura? Ele será capaz de fazer o vilão amar a ele ao invés do verdadeiro protagonista da história? — A sua presença é irritante, Lucian. — Pelo menos de alguma forma eu existo pra você. Só preciso transformar toda essa irritação em amor.
Ler maisAmar alguém é muito mais perigoso do que se imagina.
A obsessão fica à espreita.
O ódio pode roubar o protagonismo e murchar as flores de um campo primaveril. Assim como num extenso campo de areia pode surgir um oásis que fascina o mundo.
Os sentimentos de uma pessoa podem mudar quando menos se espera. A convivência te faz ver um mundo oculto que pode desgraçar a sua vida ou te tornar refém do conforto.
Um casamento arranjado pela política poderia seguir dois caminhos, e as pessoas sempre esperam pela frieza, distância e a ausência de sentimentos. Tudo em prol de ganhos materiais e demais atributos que somente uma relação supérflua pode garantir.
Para aquele alfa de cabelos loiros, estaria tudo bem o seu marido brigar consigo e considerá-lo um inútil. Ele o amaria pelos dois.
Só que a vida conjugal trouxe algo maravilhoso para ele.
Uma fantasia realizada.
— Haa… Hngh! Haa… meu alfa…
Aqueles finos lábios gemiam por ele. Os braços esguios se envolvem em seu pescoço, e o corpo magro e curvilíneo se movia sobre o colo do rapaz loiro. Sua carne estava quente e sua pele emanava um forte cheiro de vinho adocicado que deixava o alfa completamente embriagado.
A fera que havia dentro dele estava faminta.
Os seus instintos se agarravam à carne nua do ômega com possessividade, arrancando gemidos altos e manhosos do seu parceiro. Os seus dentes mordiam com força a pele do ômega, deixando mais uma dentre dezenas de marcas em sua pele.
E mais uma vez os feromônios eram liberados em grande quantidade, causando arrepios e espasmos pelo corpo do alfa.
— De novo… hngh… haaa… por favor, faça isso de novo, meu alfa.
As súplicas que escapavam dos lábios do ômega eram o estímulo que o alfa precisava.
Os finos dedos do alfa deslizavam pelas costas do ômega, causando-lhe arrepios. O ômega se revirava nos braços do seu amante, suas costas arquearam quando o alfa se movia dentro de si com mais força e desejo.
Os olhos vermelhos carmesins do ômega se viraram para o seu alfa, carregados de luxúria que parecia não ter fim. Ainda que ele ofegasse exausto, havia desejo.
Aquele era o cio de um ômega.
— Alfa…
Ah… como ele poderia resistir?
O rapaz loiro se inclinou sobre o corpo nu do seu marido, e a mão com a aliança dourada segurava o seu queixo fazendo o rapaz erguer a cabeça o suficiente para que um beijo fosse roubado.
A língua dele era tão quente e úmida, tão gostosa e saborosa. Era impossível não brincar com a sua língua e usá-la para tornar aquele ósculo ainda mais molhado e sensual. E quando suas bocas se separavam, o ômega respirava pesado puxando o pescoço do esposo na busca da boca do marido novamente.
— Mais… me dê mais.
Ele deixaria que o seu ômega tivesse o que quisesse. Deixou que o seu ômega o abraçasse apertado e se movesse livremente em seu colo, para que seu membro rijo e pulsante fosse cada vez mais fundo e acertasse a sua próstata e o fizesse derreter. O ômega teria o banquete que tanto desejava.
Afinal, era a visão mais divina a do seu ômega gemendo em seu colo, implorando por mais.
Quando todo o ato finalmente chegou ao fim, o rapaz deixou o seu marido dormindo na cama. Vestindo um roupão de cetim, o alfa saiu do quarto silenciosamente conseguindo chegar até a cozinha onde o mordomo beta preparava uma bebida.
— Já está de pé, meu senhor?
— Estou exausto, mas há quanto tempo que não como algo? — Dizia o alfa, ajeitando os cabelos loiros molhados de suor.
— O calor do mestre Grimwood começou há dois dias, Vossa Alteza.
Dois dias que estava trancado no quarto com o seu ômega no cio. Dois dias que o pobre coitado do alfa só conseguia beber água que o mordomo deixava na porta. Tudo porque o seu ômega parecia um animal selvagem possessivo que não o largava nem para respirar.
O rubor subiu no rosto do rapaz alfa.
Ah, como ele amava aquilo.
— Aqui, Vossa Alteza. Fiz essa vitamina para repor as suas energias.
— Obrigado, Carsen.
O mordomo sorria satisfeito em ver o príncipe bebendo a vitamina. O alfa sabia que ele seria o primeiro a aguentar aquele ômega de olhos carmesins.
— Fico feliz que vocês estejam se dando tão bem.
O alfa deixou um riso escapar.
— Não se engane, Carsen. O meu esposo irá voltar com a sua atitude fria quando o calor passar.
— Mas o senhor não parece desgostar disso.
— Ele é adorável quando se faz de vilão — O rapaz sorriu corando cada vez mais — E eu sei que ele irá se lembrar do que aconteceu em seu cio, e vai se sentir envergonhado toda vez que me ver. Hahaha, será tão prazeroso ver o rosto dele se contorcer de vergonha.
O mordomo apenas deu um sorriso. Os seus mestres eram malucos e isso nem era novidade, entretanto eles formavam um belo par.
— Deseja mais vitamina, Vossa Alteza?
— Por favor, quero aproveitar o meu descanso-
— Te achei.
A voz sedutora soou por trás do alfa. Um arrepio subiu pela sua espinha ao imaginar que um certo ômega no cio, provavelmente nu, estava atrás dele.
Imediatamente ele se arrependeu de ter cogitado a ideia de tirar sarro da cara do seu marido sobre o cio dele.
— H-Ham… querido, você não deveria estar dormindo?
— Você não vai fugir de mim, meu amado alfa.
Uma gravata foi presa nos tornozelos do alfa. O ômega puxou a gravata fazendo o alfa cair no chão e derrubar o copo de vitamina. Sem se importar com mais nada, o ômega arrastou o seu alfa de volta ao quarto, enquanto o alfa olhava com súplicas para o mordomo.
— Me salva, Carsen!
O mordomo apenas sorriu e acenou para o príncipe.
— Esperarei pelas boas notícias, Vossa Alteza.
O alfa queria chorar de cansaço, mas não poderia reclamar da atitude do seu marido. Ele estava no cio e, como todo ômega que se preze, ele queria garantir a vinda de um filho com o sangue do alfa que ele escolheu.
O rapaz loiro foi completamente arrastado para dentro do quarto, e apesar dos seus protestos por conta do cansaço, o seu ômega usaria os feromônios para seduzi-lo e garantir que eles ficassem acordados atrelados no corpo um do outro até o fim do cio do ômega.
De fato, era uma relação harmoniosa.
Estranhamente harmoniosa.
O território Grimwood ficava ao norte, onde o clima era um pouco diferente da capital. Não era para tanto, já que a viagem entre os dois pontos durava alguns dias, o que a tornava cansativa. Lucian, como sempre, odiava viajar de carruagem. Por isso que ele geralmente ficava a maior parte do tempo na capital.Isso é, até que Magnus acabou engravidando pela segunda vez.A gestação de Kevin foi um tanto quanto arriscada, por causa do corpo de Magnus que parecia cansado e fraco. Temendo pela vida do seu segundo herdeiro, o casal tomou a decisão de viverem no território Grimwood, onde poderiam ficar longe do estresse e com acesso melhor aos médicos da família.Depois do nascimento de Kevin, o casal ficou acostumado a viverem no norte, e por isso apenas voltavam para a capital uma vez por ano para poder cuidar de alguns assuntos.— Pensei que vocês fossem ficar na capital, já que precisam trabalhar, mas fiquei surpreso por fazerem questão de vir conosco — Comentou Lucian ao olhar para os fi
A brisa suave passava pelas pessoas naquela primavera. A música clássica soava fazendo os casais dançarem e se divertirem, transmitindo a elegância que somente a alta sociedade poderia transmitir. O salão decorado refletia as luzes dos cristais que adornavam um lustre, e as flores espalhadas refletia a estação que dava início à temporada de cortejo.Era o grande salão do Palácio Imperial, que brilhava com um esplendor que apenas Roveaven sabia exibir. A alta nobreza e os embaixadores estrangeiros estavam presentes, seus trajes elaborados e conversas animadas compunham o espetáculo. No entanto, havia alguém em específico que parecia roubar toda a atenção.— Minha nossa, quem é ele? — Murmurava uma Baronesa— Uau… que lindo. — Corava uma senhorita atrás do seu espojado leque.As senhoritas coravam ao ver o rapaz de trajes escuros passando. De postura perfeita refletindo a sua excelente educação, o rapaz sorria docemente escondendo a sua astúcia. O traje que usava era caro, isso todos pe
Em pé no campo de batalha, a garota segurava um espadão empalado em um inimigo. Em sua volta, havia um calor que faziam os cavaleiros em guerra suarem junto com o sangue espirrado em suas peles. Os gritos preenchiam todo o campo de batalha, que finalmente chegava a um fim. Em meio àquele caos, a garota estava parada calmamente, sem estar perturbada pela comoção. Os olhos vermelhos carmesins liam o conteúdo da carta enquanto um sorriso malicioso surgia em seus lábios.— Eh… uma missão? Parece que está na hora de voltar para casa. — Respirando fundo ela ergueu o rosto e virou-se para trás, onde avistou um cavaleiro imperial — Ei, prepare o meu cavalo, estou voltando para a capital.— Sim, milady!O cavaleiro rapidamente se dispersou entre o campo de batalha, retornando para o acampamento. Enquanto esperava pelo seu cavalo, a garota retirou seu espadão do inimigo caído e foi até o vice-capitão para avisá-lo de sua partida.— Isto está bem. Aproveite para enviar esta mensagem ao Grão-duqu
O céu nublado parecia combinar perfeitamente com o evento que iria ocorrer. Plebeus e nobres estavam reunidos na praça central da capital, observando o palco de madeira que foi construído para mostrar o show horroroso ao seu público. Ao lado em um palanque, toda a Família Imperial estava reunida com semblantes frios e distantes, escondendo perfeitamente os seus verdadeiros sentimentos sobre o que estava para acontecer.Um mensageiro trajando o uniforme real subiu no palco amadeirado e observou todo o público que se estendia à sua frente. Ele abriu o pergaminho e logo começou a ler.— De acordo com o julgamento realizado, sob o crime de traição ao Império Roveaven e tentativa de rebelião que ceifou vidas inocentes, damos início à execução dos traidores…O homem leu a lista de nomes. As pessoas chamadas eram trazidas pelos cavaleiros, sendo recebidos pela hostilidade do público. A última pessoa a subir foi aquela que um dia foi considerada a princesa amada.Aqueles que um dia era banhad
Alguns dias se passaram desde o despertar do Santo. Lucian permaneceu no templo para se recuperar, já que a energia divina de Skyler estava o ajudando no processo. Diariamente ele recebia visitas, que lhe deixavam a par dos principais acontecimentos após o seu sacrifício.A porta do quarto se abriu suavemente, revelando Cassander e Rehael. O casal real pareciam mais velhos, suas preocupações gravadas em seu rosto, mas ainda existia a ternura paternal.— Lucian! — A voz de Cassander tremeu, e ele avançou rapidamente para o lado do filho.Por um instante o príncipe lembrou-se dos fragmentos de possibilidade que ele viu enquanto descansava no colo da deusa. O arrependimento era mais forte agora que sabia de toda a verdade. Aquelas pessoas quebraram tabus por amor a ele, e tudo o que fez foi acreditar em mentiras e renegar seus afetos, apesar de ser aquilo o que mais precisava.— Pensamos que te perderíamos novamente — disse Rehael ao afagar os cabelos de Lucian, parecendo não saber ao ce
Magnus estava cercado de pessoas durante uma reunião, com pilhas de relatórios e cartas quase cobrindo a sua presença. A luz das velas lançava sombras sobre suas feições tensas, destacando os traços que pareciam mais endurecidos nos últimos meses. Sua mão segurava uma pena, mas sua mente estava longe, vagando por entre as memórias que ensistia em revisitar.Lucian.Seu nome era um sussurro constante em sua mente, um peso que Magnus carregava desde o sacríficio no Palácio Abandonado. As palavras do médico e dos sacerdotes ecoavam como uma sentença: Lucian ainda estava vivo, mas sua recuperação era incerta."Como você pode estar longe de mim agora?", Magnus pensava, cerrando o punho sobre a mesa. Desde o nascimento da criança que crescia em seu ventre, ele sentia um vazio que só Lucian poderia preencher. Ele respirava fundo, tentando afastar as emoções que o ameaçavam derrubar.— Finalmente, a Primeira Princesa será a última a ser executada dentre os traídores, mesmo o Imperador dando a
Último capítulo