Thomaz bateu à porta do banheiro ao sair, o som seco ecoou entre as ondas da música pop que vinha da sala, e caminhou desconcertado até a sala. Havia algo de irreal na forma como seus pés tocavam o chão. Como se o tempo estivesse maleável, e ele fosse o único que não sabia mais andar sobre ele. Talvez nunca soubesse, afinal de contas.
Foi então que encontrou o olhar de Rita. Silencioso, consternado. Os olhos dela não pediam explicação — eles sussurravam compaixão e empatia.
Todos voltaram os olhos para o rosto dele primeiro, encharcado da água da pia, mas a verdadeira interrupção na atmosfera veio ao notarem suas mãos, e o vermelho que a coloria.
— Thom, — Elise disse, sem desviar os olhos — o que você fez?
Thomaz desmoronou. O chão o puxou como se reconhecesse nele uma culpa antiga, que nem mesmo ele sabia que possuía, mas que a aceitou, pois só restava isso a se fazer. Chorou de joelhos. As mãos no rosto, o sujando ainda mais com o sangue de Pedro.
Houve uma comoção imediata. Sapato