Paz que Aperta o Peito

Lorena

Acordei com o canto do galo e o cheiro de café fresco vindo da cozinha. O sol nem tinha dado as caras direito, mas Dona Cleusa já tava de pé, cantando baixo uma música antiga enquanto mexia a colher de pau na panela.

A vida aqui era lenta, mansa. Bem diferente da prisão disfarçada de castelo onde eu cresci. Mas, de algum jeito, ela me abraçava. Sem perguntas. Sem cobrança. Era acordar, varrer o quintal, ajudar na horta, caminhar na praia, dar aula pras crianças, escrever umas linhas no caderno velho... e dormir. Repetia isso como quem se agarra numa tábua em alto-mar.

Só que, por dentro, o mar ainda tava revolto.

A saudade do Kaíque me pegava desprevenida. Às vezes, era na hora do banho, quando a água quente batia nas costas. Às vezes, era no silêncio da noite, quando o vento balançava as folhas e eu jurava ouvir a voz dele. Ou quando sentia falta de um toque. De um "tá tudo bem, mina".

Era estranho. Aqui era paz. Mas dentro de mim... era guerra.

Tentei ocupar a cabeça. Fui até
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