Capítulo 8
(Ponto de vista de Riley)

Não percebi que fiquei ali, apenas olhando para ele.

Finalmente, recuperando-me do momento de distração, entrei no escritório de Ryker.

— Acredito que você está pronta e com tudo arrumado, Riley.

— Sim, Alfa. — Disse, um pouco atrasada.

— Me chame de Thane. — Ele ordenou, com seu olhar intenso sobre mim, e naquele momento, esqueci completamente de Ryker, que estava no escritório conosco. — Como prometido, sua mãe está livre, e ela virá conosco. — Comentou. Minha boca se abriu em surpresa. Tão rápido? Dez anos de escravidão haviam terminado em apenas minutos…

Ele estava certo. Havia muito pouco que ele não pudesse fazer, e não pude deixar de me perguntar o que ele havia feito para que Ryker cedesse.

— Estarei esperando no carro. Pegue suas coisas e me acompanhe. Sua mãe será transportada para a minha alcateia amanhã, e não se preocupe, ela já é uma senhora livre. — Thane informou, com seus olhos deslizando de mim para Ryker.

Eu não fui a única afetada pelo olhar penetrante de Thane. Notei o quanto isso também deixou Ryker desconfortável, e sei que ele odiava isso.

— Posso ir embora? — Perguntei, e Thane assentiu com a cabeça. Apressei-me para sair do escritório, e minha respiração voltou ao normal. Havia algo em sua presença que deixava todos tensos - todos, inclusive eu.

-

Peguei minha bagagem já arrumada, enquanto minha mãe ainda continuava com aquele olhar triste nos olhos, me lembrando mais uma vez do quão grande erro eu estava cometendo. A abracei, informando-lhe que a partir daquele momento ela era livre. Ela me deu um sorriso reconfortante, mas não era um sorriso que chegava aos olhos.

— Eu te vejo em breve, mãe. — Prometi, e ela me apertou forte em um abraço. Finalmente, era hora de partir. Eu iria deixar essa alcateia, mas não achava que sentiria falta dela. Não havia nada que me fizesse voltar para esse lugar - nem amigos, nem irmãos - e ali estava eu, completamente sozinha.

Saí da casa da alcateia. Dois homens esperavam, ambos vestidos com ternos pretos e óculos escuros, parecendo seguranças de filme. Eles pegaram a única bolsa que eu segurava e me conduziram até uma limusine preta estacionada.

Tudo isso parecia muito intimidador…

A porta foi aberta por um dos homens, e eu entrei. Meu coração acelerou quando percebi quem estava ali esperando. Thane. Eu me sentei a uma boa distância dele, mas isso não impediu que ele me observasse como se eu fosse uma presa prestes a cair na armadilha de um predador, e isso era exatamente o que estava acontecendo naquele lugar. Ele era o predador.

Tentei acalmar os nervos, mas não funcionou muito bem. Meu coração ainda batia forte no peito, ameaçando escapar da minha caixa torácica, e duvido que isso significasse que eu estava 'me acalmando'.

— Você tem o hábito de ficar encarando as pessoas como um louco ou isso seria só comigo? — Perguntei, tentando parecer menos assustada e mais tranquila. Não gostei de como minha voz soou, e quase não reconheci a mim mesma.

— Só com você. Gosto de ver você desconfortável, e parece que eu te assusto bastante.

— Você assusta todo mundo, e não! Não tenho medo de você.

— Tem certeza? — Ele perguntou, e eu abri a boca para responder, mas nenhuma palavra saiu. — Chegue mais perto.

— Estou bem aqui. — Consegui dizer, mas sabia que ele não iria aceitar isso. Não conhecia Thane há muito tempo, mas o pouco que sabia era que ele estava acostumado a fazer tudo acontecer à sua maneira - ele sempre conseguia o que queria.

— Somos companheiras, então temos que agir como tal. — Ele comentei, e eu respirei fundo, me aproximando. Consegui sentir seu cheiro, tão forte... Sua mão se encaixou em torno de mim, me puxando para mais perto até que eu ficasse encostada nele.

Se eu tivesse conseguido reunir um mínimo de calma, eu a teria perdido ali mesmo. Essa era a realidade, e a realidade era que ele poderia fazer o que quisesse comigo.

— Eu me pergunto como você ficaria nua. — Ele murmurou para si mesmo, e não havia qualquer restrição em suas palavras. Juntei as palmas das mãos, sentindo a umidade nelas, onde também tremeram, e eu não podia deixar que ele percebesse o efeito que ele causava em mim, mas ele já sabia.

— Eu também adorei o vestido. — Ele elogiou, com seus olhos fixos na minha coxa, e eu imediatamente me arrependi de ter usado algo revelador. O olhar dele na minha coxa me aqueceu, e eu fiquei vermelha. Engoli em seco, desviando o olhar de tudo, menos dele. Mas, então, ele obteve minha atenção quando suas mãos envolveram minhas pernas, e minha respiração parou.

— O que está fazendo, Alfa Thane?

— O que parece? — Ele perguntou, com suas mãos subindo ainda mais, levantando meu vestido à medida que avançavam. — Você realmente achou que iria só atuar, e pronto?

Eu realmente pensei nisso, mas sempre soube que ele queria mais do que isso.

Suas mãos subiram ainda mais, sentindo tocarem minha calcinha, e minha respiração ficou mais ofegante.

— Thane... Por favor.

— O quê?

— Não aqui. Alguém pode entrar.

— E isso importa? Eu te foderei, Riley, em qualquer lugar que eu achasse adequado, e não dou a mínima se toda a alcateia estiver assistindo.

Ali estava, exatamente o que haviam me alertado. Ryker não estava tentando me assustar quando disse que eu não duraria duas semanas na alcateia. Minha mãe sabia que isso iria acontecer, por isso me avisou, mas eu não tinha outras opções.

No entanto, seu toque...

Era eletrizante, trazendo à tona sentimentos que eu tinha enterrado, e eu odiava a forma como meu corpo reagia ao toque dele. Ele acariciou minha calcinha, e eu senti. Bem ali, deixei-me cair contra o banco. Um pequeno gemido escapou dos meus lábios. O que estava acontecendo comigo?

Por que o toque dele parecia tão pecaminoso e, ainda assim, tão mágico?

Outro toque, e outro gemido escapou de mim. Eu podia sentir minha própria umidade, e o sorriso nos lábios dele me dizia que ele também podia perceber.

— Linda. — Ele murmurou, mas então retirou as mãos e abaixou meu vestido. Naquele momento, um homem entrou. Eu o reconheci: era o Beta Axel - ele havia ido ao baile de acasalamento com Thane.

— Bem-vinda, Luna. — Ele cumprimentou, e o olhar dele me deixou desconfortável. Eu me senti como um gatinho no meio de uma alcateia de lobos.

No entanto, eu não disse nada para o Beta.

A viagem foi longa, e Thane permaneceu em silêncio.

— Como você conseguiu que o Alfa Ryker deixasse minha mãe em paz? — Perguntei a questão que estava na minha mente.

— Digamos que eu tenha pago uma pequena fortuna por isso. — Ele respondeu.

Uma pequena fortuna. Tudo por mim.

Fiquei imaginando o que ele receberia em troca. Lembrei-me de que eu estava livre para ir embora se não concordasse com suas condições.

— Você falou sobre... Assinar algum… — Eu tinha esquecido as palavras certas que ele havia usado.

— Contrato. Sim, é isso que você faria. No entanto, como eu disse, se você não aceitar, você pode voltar para a sua alcateia. — Ele informou, e eu realmente queria acreditar nele.

-

O restante da viagem foi em silêncio, e foi uma longa jornada. Talvez eu tenha cochilado em algum momento, mas não confiava o suficiente neles para cair em um sono profundo. Finalmente, o carro diminuiu a velocidade até parar em frente a uma mansão.

A Casa Principal da Alcateia Noite Eterna.

Eu já tinha ouvido falar da riqueza da alcateia, mas aquilo estava totalmente em outro nível.

Thane e Axel caminharam à frente, e eu apressei-me para acompanhá-los. Não perdi os olhares, parecia que a notícia havia se espalhado pela alcateia, e todos estavam esperando para dar uma olhada na nova companheira. Eu.

Thane diminuiu o ritmo para pegar minhas mãos, mas era claro que era tudo por conta das aparências. Ele me conduziu até o interior da alcateia, e eu me esforcei para não soltar um suspiro a cada coisa que via, pois tudo ali exalava dinheiro.

Beta Axel se separou de nós, e naquele momento estávamos apenas eu e Thane. Eu não gostava de ficar sozinha com ele.

— Para onde está me levando?

— Meu espaço pessoal. — Ele respondeu de forma breve.

O que Thane chamava de seu espaço pessoal era, na verdade, um escritório muito amplo, adequado para reuniões.

— Sente-se. — Ele disse, mais como uma ordem, e eu tive que obedecer. Eu estava na alcateia dele naquele instante, sob suas regras, e seria uma tola se fosse contra ele.

— Quer alguma coisa para beber ou comer? Foi uma viagem longa, afinal. — Ele ofereceu, mas a última coisa que eu queria era comer alguma coisa.

— Não, estou bem. — Respondi. Apesar disso, ele encheu duas taças de vinho e colocou uma diante de mim.

— Agora, vamos ao motivo de estarmos aqui. — Ele comentou, com os olhos fixos nas minhas coxas. As memórias do que acontecera no carro surgiram na minha mente, e minhas bochechas se avermelharam. Eu só podia torcer para que ele não percebesse. Naquele momento, estávamos sozinhos, e ele me dava aquele olhar novamente.

Ele me passou um arquivo.

— Abra. — Ele ordenou, e eu fiz isso. Tirei o documento, surpresa com o quão formal ele estava tornando isso.

— Agora leia em voz alta.
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