(Ponto de Vista de Riley)

Eu não sabia o que minha mãe tinha contra Alfa Thane e seu pai, mas ela havia concordado em vir comigo depois que eu a convenci. Tive que contar a ela o que Ryker queria que eu fosse - um pequeno animal de estimação para ele - e isso foi tudo o que ela precisou para finalmente mudar de ideia. Embora ela não gostasse dessa ideia, e eu soubesse disso, ambas sabíamos que não tínhamos outra escolha, e eu preferiria morrer a deixar minha mãe nesse lugar.

Ela me ajudou a fazer as malas. Eu tinha poucas coisas, por isso selecionei apenas as mais importantes, e uma única bagagem era suficiente para levar meus pertences.

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Sem a menor cerimônia, Alfa Ryker entrou no meu quarto, ignorando completamente a necessidade de bater.

— Você sabe que é muito inadequado entrar no quarto de uma dama sem bater, não sabe? — Perguntei, e minha mãe me lançou um olhar interrogativo, mas dessa vez eu não dei ouvidos.

— Agora a verdadeira Riley está mostrando as suas garras. Eu sabia que você tinha toda essa raiva reprimida há muito tempo. Na verdade, eu esperava que você perdesse o controle no baile de acasalamento na noite passada, e eu fiquei totalmente surpreso que você não tenha feito isso.

— Que pena. — Murmurei, passando por ele para pegar uma única foto emoldurada minha com minha mãe, a única que eu tinha. Não conseguia imaginar, pois quase havia esquecido dela.

— Você realmente acha que isso muda alguma coisa? O fato de você se tornar a companheira do Alfa Thane? — Ele perguntou, e eu pude sentir sua raiva, mas não consegui me importar.

— Isso muda tudo, Ryker. Eu vou ser a Luna de um Alfa. Aposto que você sabe quais são as consequências se tentar me tocar.

— Será que eu sei? — Perguntou ele, se aproximando. Por um instante, acreditei que ele fosse me atingir. Pensei que perderia o controle, que sua raiva falaria mais alto, e que ele estaria disposto a enfrentar a fúria do Alfa Thane só para deixar sua marca em mim. Mas, para minha surpresa, o golpe não veio. Em vez disso, seu punho se cravou na parede ao meu lado, afundando nela com toda a força contida.

Eu o observei, com um pequeno sorriso nos lábios - o mesmo que eu havia desejado dar a ele quando me viu sair com Thane no salão de dança. Ele estava impotente quando se tratava de mim, pois de alguma forma, eu estava protegida apenas pela marca de Alfa Thane sobre mim.

— Quando você for embora, saiba que farei a vida da sua mãe um inferno.

— Tenho certeza de que você acha que pode fazer isso. — Respondi. Não perdi o leve olhar de surpresa nos olhos dele antes que ele o mascarasse novamente. Logo, eu passei por ele. — Às vezes me pergunto por que você se importa tanto. Eu deixei de ser sua companheira no momento em que você me rejeitou, me dizendo que nunca poderia ocupar essa posição. O que mudou? A Luna Zara perdeu o seu encanto? — Perguntei em voz alta.

— Você é minha, rejeitada ou não! Você estava destinada a ficar comigo, e eu ia te ter... Até ele te tirar de mim.

— Foi isso que você pensou? Que ia me ter junto com a Zara?

— Eu teria. São vantagens de ser o Alfa.

— Bem, que tolo você deve ter sido se acha que eu deixaria você me usar mais uma vez depois de todas as mentiras sujas que sussurrou em meus ouvidos. Eu nunca deixaria você me tocar.

— Deve ter doído quando eu menti para você, ou quando disse todas aquelas mesmas palavras para minha companheira Zara.

— Vocês merecem um ao outro, mas sabe o que vocês não merecem? Minhas lágrimas.

— Deve ter doído quando arranquei sua virgindade, envolvendo-a em promessas vazias. E o mais lamentável? Você foi ingênua o suficiente para acreditar em cada uma delas.

Então, foi a vez da minha mãe falar naquele momento.

— Basta, rapazinho. Você não vai falar assim com minha filha.

Ryker deu uma risadinha.

— Você não é nada além de uma escrava. Cale a boca, velha.

— Saia. — Eu ordenei, com a raiva se acumulando no meu quarto. — Saia do meu quarto, ou eu prometo que vai pagar por isso.

Havia um sorriso nos lábios dele, um que eu adoraria apagar.

— Você pode achar que Alfa Thane vai ser o seu pequeno salvador, mas eu prometo, você não vai durar duas semanas com ele. Vai voltar e implorar por perdão, pronta para ser o que eu quiser que você seja só para ficar nessa alcateia, e sabe o que eu faria quando chegasse a hora? — Perguntou ele, sem esperar uma resposta, que eu realmente não ia dar, e continuou. — Eu deixaria você voltar, só pelo meu ego, e se acha que a vida que está levando agora é ruim, eu a tornaria pior para você e para a velha. — Disse ele antes de sair do meu quarto.

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Eu não deveria me importar com as palavras de Ryker, mas me importei. O fato dele achar que eu não duraria duas semanas com Thane me deu um calafrio. Por que ele pensava isso?

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Alfa Thane cumpriu suas palavras, e ao cair da noite ele estava na casa da alcateia. Eu soube que ele havia chegado antes mesmo de vê-lo. Havia uma estranha tensão em todos os membros da alcateia presentes.

Fui convocada para o escritório de Ryker por um ômega. Aquele era o último lugar que eu queria estar, mas eu sabia que Alfa Thane também estaria presente e, por algum motivo, me senti protegida.

Eu não deveria me sentir assim.

No fundo, eu sabia que não havia tomado a decisão certa, mas não conseguia me ver permanecendo naquela alcateia sob o comando de Ryker - não depois de tudo o que eu havia dito a ele e do quanto ele queria satisfazer seu ego estúpido que havia sido ferido e machucado.

Ainda assim, me vi caminhando em direção ao escritório de Ryker. Dei uma batida silenciosa antes de abrir a porta, e ali estava Alfa Thane, de pé como se fosse o dono do lugar. Seus olhos se pousaram em mim, e talvez eu devesse ter ouvido minha mãe, porque naquele momento que eu podia vê-lo claramente - tudo nele exalava perigo. Minha mãe tinha razão em ter medo dele.