A decepção na voz dele tinha sido ainda mais difícil de suportar do que a traição que eu tinha sofrido de pessoas que um dia chamei de amigas.
— Eu devia ter contado para você, mas eu sabia que você continuaria me assegurando de que estava bem. — Mesmo quando nós dois sabíamos que você estava morrendo por dentro. Ela disse que você ia morrer, parando ou continuando com as doses. Eu só… não podia perder você.
— Quem é essa “ela” de quem você está falando? — Ele perguntou, e eu percebi na hora o meu deslize.
— Eu… não importa. Você estava vivo, e isso era o que importava.
Lentamente, ele me soltou, e eu imediatamente senti falta do calor dele.
— Como isso faz você se sentir?
— O quê?
— Estar tão perto de realizar os seus sonhos? — Ele perguntou. Eu tinha querido dizer que já não me importava com o maldito título, e que tudo o que eu queria era tê-lo ao meu lado. Eu o queria, mas, antes que eu pudesse dizer exatamente isso, ele continuou. — Espero que tenha valido a pena.
Aquelas palavras