Capítulo 3
No baile de acasalamento

(Ponto de Vista de Riley)

Ryker estava sentado com sua companheira, e eu me acomodei ao seu lado, perto o suficiente para ouvir os sussurros que ele havia dito a ela, para vê-lo beijá-la, para ouvir os gemidos suaves dela enquanto as mãos dele desapareciam sob o vestido dela… Mas essa não era a pior parte. A pior parte era ter que ver minha mãe, reabastecendo o copo dele como se fosse a serva que ele queria que todos soubessem que ela era.

Tudo o que eu sentia era raiva em uma fúria ardente.

Eu me virei para não olhar para eles, concentrando-me em manter minha respiração estável.

— Você é bastante lenta, sua velha. — Ryker disse para minha mãe, que fingiu não ouvir enquanto enchia o copo dele pelo que parecia ser a centésima vez.

Minha mãe me olhou e em seus olhos havia uma advertência, implorando para que eu ficasse parada e não fizesse nada de imprudente, e foi preciso toda a minha força para me manter imóvel.

— Você se esqueceu de servir novamente o meu. — Zara lembrou a minha mãe, e claro que minha mãe o fez, murmurando um pedido silencioso de desculpas que nem precisava ser dito. Zara segurou o copo com a mão esbelta e então seus olhos se voltaram para mim, com um pequeno sorriso brincando em seus lábios, e eu observei enquanto ela o soltava, de propósito, derramando o conteúdo sobre o vestido azul simples da minha mãe.

— Ah. — Zara disse, com a mão sobre a boca, e eu tinha visto o suficiente para saber que não era um acidente.

— Você fez isso de propósito. — Eu disse, lançando-lhe um olhar de desprezo. Zara estava com uma expressão inocente, mas era claro que era falsa.

— Desculpe, quem é você? — Ela perguntou, levantando uma sobrancelha.

Eu queria gritar que era a verdadeira companheira do Alfa, mas guardei isso para mim.

— Riley. Esta é sua Luna. Nunca mais fale com ela dessa maneira. — Ryker advertiu.

Eu me levantei para tentar ajudar minha mãe a limpar os cacos de vidro, quando percebi que alguns olhares já estavam sobre nós.

— Sente-se, Riley. — Ordenou o Alfa. Cada fibra do meu corpo queria desrespeitar a ordem dele, e eu estava pronta para fazer isso, mas então minha mãe me lançou outro olhar, implorando para que eu o ouvisse, e pedindo para não arrumar encrenca - eu odiei isso. Eu odiei o fato dela achar que isso era aceitável. Lentamente, me sentei. Meus olhos estavam turvos, mas eu não deixei as lágrimas caírem. Eu havia prometido a mim mesma que o Alfa Ryker nunca veria minhas lágrimas e eu não iria quebrar essa promessa.

— Me desculpe, Luna. Sei que o copo deve ter escorregado de suas mãos. — Minha mãe pediu desculpas, e Zara fez uma expressão de zombaria silenciosa.

Eu respirei fundo novamente enquanto sentia um nó espesso na garganta. Só queria me levantar e sair, mas sabia que Ryker queria que eu estivesse ali, pois ele ainda queria me torturar mais - queria que eu assistisse e ouvisse, e eu não suportava mais.

Observei alguns lobos saírem do baile com suas companheiras, enquanto outros esperavam. Era uma experiência linda assistir a um lobo encontrar sua companheira e eu aceitei isso como uma distração. Logo, a dança começou, e as lobas se emparelhavam para dançar.

— Você me acompanharia nesta dança, meu amor? — Ryker perguntou a Zara, e ela deu uma risadinha.

— Sim, meu Alfa. — Ela disse, pegando suas mãos estendidas, e ele a conduziu para dançar. Ele fez uma pausa, virando-se para mim.

— Você poderia tentar socializar agora, Riley, mas duvido que haja algum companheiro disponível para você. — Ele comentou antes de se afastar.

Minha mãe havia sumido. Ela estava em algum lugar na multidão, trabalhando com com outros ômegas.

-

Eu empurrei as pessoas que estavam no meu caminho, indo em direção à porta, que parecia estar muito distante. Eu novamente fui jogada para o lado, e comecei a acreditar que estavam fazendo isso de propósito.

De repente, a dança parou, embora a música continuasse a tocar.

Eu fiquei ali, confusa, até perceber o motivo.

Dois homens tinham acabado de entrar.

Havia muitas pessoas no baile. As pessoas podiam entrar e sair sem que ninguém notasse, mas havia algo sobre esses dois, algo que os fazia... Diferentes.

Poderia ser a beleza impressionante deles, algo que eu nunca tinha visto antes, ou a aura que carregavam consigo - parecia se assentar sobre eles como uma camada extra de roupa. Todos observaram e eu também.

Eu já tinha visto aquele homem antes, não pessoalmente, mas em uma foto.

Alfa Thane, da Alcateia Noite Eterna.

Como eu não havia notado isso antes? Ao lado dele estava seu Beta, Axel.

Os dois homens eram mais altos do que quase todos os presentes, e nem mesmo Ryker, que tinha um incrível um metro e noventa e cinco, poderia ser comparado a eles.

Todos se afastaram como o Mar Vermelho, mantendo uma distância considerável enquanto eles caminhavam para frente.

Ryker havia abandonado Zara e estava bem no caminho deles. Eu podia sentir que a presença deles o intimidava e ele tinha razão para se intimidar.

— Bem-vindo, Alfa Thane. Você não nos informou que iria nos honrar com sua presença. — Ryker disse, mas Thane passou por ele como se fosse nada além de uma sombra, sem sequer lhe dar a devida e comum saudação que todo Alfa deveria receber.

O Alfa Thane seguiu em frente, se aproximando diretamente de onde eu estava. Eu, por outro lado, acabei não conseguindo me mover. Nunca tinha visto um homem tão encantador, tão belo, e tão sedutor - nunca tinha visto um homem que exalasse perigo e, ao mesmo tempo, atraísse olhares admirados como um ímã.

Eu recuei, mas ele continuou vindo em minha direção.

O que diabos ele estava fazendo? Quando chegou perto o suficiente, o cheiro dele foi tudo o que eu consegui perceber - era um cheiro masculino, sexual de uma forma que eu não conseguia explicar. Ele criou uma sombra sobre mim.

Finalmente, minha mente entrou em ação e eu dei um passo para trás.

— Companheira. — Ele chamou, com seu olhar intenso sobre mim.

Mas isso não estava certo, pois eu não era a companheira dele.

Mais rápido do que eu jamais poderia imaginar, as mãos dele se fecharam ao meu redor, puxando-me para mais perto dele, e então seus lábios tocaram os meus.

Os lábios dele eram perfeitamente moldados, o sonho de toda garota, mas, chocada como estava, eu não consegui fazer nenhum movimento e não retribuí o beijo.

Ele se afastou, apenas para sussurrar em meu ouvido.

— Me beije de volta, Riley.
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