A luz da manhã atravessava as janelas da casa como se ignorasse a tensão que pairava nos cômodos. Alexander estava sozinho no escritório, imóvel diante do computador. Os olhos fixos na tela não piscavam. O rosto permanecia sério, mas a mandíbula rígida denunciava a fúria silenciosa e, mais ainda, o início de algo que ele não estava acostumado a sentir: remorso. O silêncio era absoluto, interrompido apenas pelo som do arquivo encerrando. Ele permaneceu sentado, sem tocar em nada por um longo tempo. O que vira e ouvira era suficiente para desmontar todo o castelo de certezas que ele havia erguido nos últimos dias. Liz não era a mulher dissimulada que ele pensara. Não era interesseira, nem traiçoeira. Ao contrário. Ela havia sido clara, firme, corajosa — diante de provocações sórdidas e de um passado que claramente a feria. Não houve vacilo na postura dela, nem hesitação nas palavras. Diante de Tamara, ela se manteve altiva, recusando ser diminuída. E diante de Lúcio... Alexander c
As roupas caíram pelo chão como obstáculos desnecessários. Liz se entregou sem reservas. Havia uma chama nova entre os dois. Não era apenas tesão — era entrega. Era reparação. Era amor nascendo, ou se revelando, da forma mais crua e verdadeira possível. Ele a adorou com os lábios, com as mãos, com o corpo inteiro. Fez amor com ela como se precisasse imprimir na pele dela a certeza de que era dela, de que queria recomeçar, de que nunca mais duvidaria. Liz o recebeu com a mesma intensidade, com a força de quem foi ferida, mas decidiu perdoar. Gemeu seu nome entre suspiros, cravou as unhas em suas costas, e deixou que ele a levasse até onde o prazer deixava de ser físico para se tornar emoção. Depois que os corpos se acalmaram e a respiração retomou seu ritmo normal, Alexander ficou por um momento apenas observando Liz, como se a redescobrisse. Ela estava deitada sobre o peito dele, a pele ainda aquecida, os cabelos bagunçados e os olhos fechados, mas com um sorriso sereno nos lábios
Liz sentiu um nó se formar em sua garganta. Mordeu o interior da bochecha para conter a resposta que queria dar. Mas não conseguiu evitar o olhar cortante.,sua vontade era mandar aquela mulher sumir da sua frente e principalmente parar de devorar Alexander com os olhos como estava fazendo. — ,Alex, não vai me apresentar sua... amiga? Antes que ele respondesse, Liz ergueu o queixo com elegância e respondeu por ele: — Esposa. Eu sou a esposa dele. Com um gesto lento e calculado, ela estendeu a mão esquerda, exibindo a aliança que reluzia sob a luz das velas. Alexander, que até então tentava conter o desconforto, finalmente se endireitou na cadeira, cruzando os braços sobre o peito. — Isso mesmo. A Liz é minha esposa — disse com firmeza, fitando Andréia diretamente. — E estdmos em Lua de mel. O olhar de Andréia oscilou. A segurança na voz dele a desarmou por um segundo, mas ela logo recuperou a pose, embora o sorriso falso já estivesse rachado. — Nossa... que surpresa
E ali, no silêncio cúmplice da casa, entre beijos e carícias, entre suspiros e promessas silenciosas, eles se entregaram de novo. De um jeito cru, bonito e profundo. Como dois amantes que, depois da tempestade, sabiam exatamente onde era o abrigo: um no outro. Alexander estava completamente entregue, os músculos tensos, a respiração acelerada, os olhos semicerrados de puro prazer. Os movimentos de Liz eram precisos, envolventes, e o calor da boca dela o enlouquecia. — Liz… — gemeu, a voz rouca e embargada. — Você está me deixando louco... louco de tesão... — arquejou, a cabeça tombando para trás. — Se continuar assim, eu não vou aguentar... O prazer era tão intenso que ele precisou puxá-la com cuidado, acariciando seu rosto enquanto tentava controlar a respiração. — Para... — murmurou, olhando dentro dos olhos dela. — Quero gozar dentro de você minha pantera . Sem esperar resposta, ele a puxou para cima e a deitou no sofá, com uma delicadeza que contrastava com o fo
Depois, a carregou de volta para a cama e se deitou ao seu lado. Liz se aninhou contra seu peito, os dedos passeando preguiçosamente pela pele dele, até adormecer em seus braços. Alexander ficou ali, em silêncio, observando-a respirar calma e serena. Passou a mão pelos cabelos úmidos dela e sentiu o aperto no peito. A verdade que evitava encarar agora o sufocava. Estava apaixonado. Perdidamente. Irremediavelmente. Liz havia se infiltrado em seu coração de forma lenta, sem pedir permissão. E ele, que jurou jamais amar de novo, agora se via traindo a promessa feita à sua falecida esposa — a promessa de manter o coração fechado. Um nó se formou em sua garganta. Ele se sentia dividido, culpado, vulnerável. Mas, ao mesmo tempo, havia algo em Liz que o fazia sentir-se vivo de novo — algo que ele não conseguia mais negar, por mais que tentasse. Fechou os olhos, puxando-a ainda mais para si, como se assim pudesse afastar a culpa. Mas o sentimento já estava lá. E pela pri
Assim que a porta se fechou e o carro levando Tamara desapareceu pelo portão, Alexander voltou para dentro da casa com o semblante sério. Encontrou Liz na sala, ajudando Adélia com os últimos ajustes na mochila antes de a menina sair para a escola com o motorista. Quando Adélia partiu, ele se aproximou e puxou Liz suavemente pela mão, conduzindo-a até o sofá. — Eu tive uma conversa definitiva com a Tamara — ele começou, olhando-a nos olhos com firmeza. — Disse tudo o que precisava ser dito. Fui claro que não vou mais tolerar nenhum tipo de manipulação ou mentira. Ela tentou se defender ,justificar suas atitudes nada corretas , mas entendeu o recado. Liz respirou fundo, observando a expressão dele. — Você vai proibi-la de vir aqui? — Eu pensei nisso — ele confessou. — Mas por mais que esteja decepcionado , não posso , a Adélia adora a tia . Elas são muito apegadas. Só deixei bem claro que, se ela cometer mais uma tentativa sequer de interferir entre nós, aí sim... eu a
— .Para te possuir com a fome que eu estou de você , eu entregaria toda a minha fortuna. Enquanto falava, abaixou rapidamente a própria calça e boxer. Com um só movimento, ele a penetrou profundamente, fazendo Liz soltar um gemido alto e descompassado. — Alexander! — ela gritou, os dedos indo automaticamente à boca dele para abafar os sons. Mas ele não parou. As estocadas eram firmes, intensas, acompanhadas do som abafado dos corpos se chocando e dos gemidos cada vez mais urgentes dela. Seus olhos se encontraram, famintos e viciados um no outro. O escritório, os papéis, a mesa, tudo sumiu. Só existia a intensidade selvagem do momento. Alexander segurava firmemente a cintura dela, enterrando-se mais fundo a cada impulso, enquanto Liz se contorcia de prazer sob seu toque e domínio, presa entre a madeira fria da mesa e o calor do corpo dele. Ela não era mais uma funcionária naquele instante. Era sua mulher, sua obsessão, seu vício. E ele, o homem que faria tudo por ela. Até
— É porque minha funcionária barra esposa é uma coisinha gostosa demais para resistir. Logo depois, ela foi com ele até o carro, beijaram-se novamente, e ele voltou para a empresa. Mas a cabeça de ambos continuava longe. No desejo. No que estavam se tornando um para o outro. E, principalmente, no que ainda estavam tentando esconder. Quando a noite chegou depois de mais uma sessão de sexo com seu marido insaciável que agora estava dormindo com a expresso serena na cama deles , Liz desceu as escadas em silêncio, no meio da noite, a camisola leve colada ao corpo ainda úmido do banho. A casa estava mergulhada em um silêncio acolhedor, quebrado apenas pelo leve sussurro do vento nas janelas. Tudo estava tranquilo — ao menos por fora. Ela foi até a cozinha buscar um copo de água, sentindo a garganta seca, o corpo ainda sensível depois da intensa noite com Alexander. Mas assim que se aproximou da porta da cozinha, o cheiro forte de café fresco vindo da cafeteira que a empregada certamen