Alexander se ajoelhou, os braços se abrindo automaticamente. Adélia correu e se lançou sobre ele, soluçando convulsivamente. Ele a envolveu com força, enterrando o rosto nos cabelos da filha.
— Estou aqui, meu amor. Vai ficar tudo bem agora. Eu juro. Nunca mais ninguém vai te machucar.
Liz observava a cena, em silêncio, o coração despedaçado. Mas também aliviada por ver Adélia nos braços do pai. Ela deu alguns passos, se aproximando, com a intenção de tocar o ombro de Alexander.
Foi nesse momento, nesse exato segundo de descuido, que tudo aconteceu.
Tamara, caída no chão, fingira desmaiar. Mas seus olhos estavam abertos, seu cérebro maquinando a última cartada. Aproveitou a comoção, a distração de todos, e com um movimento repentino e desesperado, se arrastou até onde a arma havia caído momentos antes.
Ninguém percebeu. Nem Alexander, absorto em consolar a filha. Nem Liz, focada neles.
Até o disparo.
PAM!
Um som seco, brutal. Um estrondo que partiu o silêncio como uma faca.
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