A luz da manhã atravessava as janelas da casa como se ignorasse a tensão que pairava nos cômodos. Alexander estava sozinho no escritório, imóvel diante do computador. Os olhos fixos na tela não piscavam. O rosto permanecia sério, mas a mandíbula rígida denunciava a fúria silenciosa e, mais ainda, o início de algo que ele não estava acostumado a sentir: remorso.
O silêncio era absoluto, interrompido apenas pelo som do arquivo encerrando. Ele permaneceu sentado, sem tocar em nada por um longo tempo. O que vira e ouvira era suficiente para desmontar todo o castelo de certezas que ele havia erguido nos últimos dias.
Liz não era a mulher dissimulada que ele pensara. Não era interesseira, nem traiçoeira. Ao contrário. Ela havia sido clara, firme, corajosa — diante de provocações sórdidas e de um passado que claramente a feria. Não houve vacilo na postura dela, nem hesitação nas palavras. Diante de Tamara, ela se manteve altiva, recusando ser diminuída. E diante de Lúcio...
Alexander c