A luz do sol filtrava-se timidamente pela janela do quarto, trazendo um pouco de calor e esperança para o ambiente silencioso onde Liz repousava. Os primeiros dias após a cirurgia haviam sido os mais difíceis. A bala alojada em seu corpo havia sido removida, mas o dano causado pelo tiro de Tamara deixara marcas profundas — uma lesão na medula que comprometia seus movimentos.
Os médicos foram cautelosos, mas precisos: Liz tinha todas as chances de voltar a andar, porém a recuperação seria lenta, dolorosa e cheia de desafios. Não era uma sentença definitiva, mas uma luta constante contra o tempo, a dor e a fragilidade de seu corpo.
Cada movimento simples, que antes passava despercebido, tornara-se uma batalha imensa. Levantar-se da cama, apoiar os pés no chão, dar os primeiros passos — tudo isso exigia uma força que Liz descobriu ter dentro de si, mesmo quando o corpo insistia em fraquejar.
O chão do quarto estava coberto por pequenos objetos espalhados — bolas de borracha para ex