Laís
O sol da manhã entrava tímido pelas frestas da cortina, desenhando linhas douradas no quarto ainda impregnado pelo calor da noite anterior. Abri os olhos devagar e, por um instante, me permiti apenas observar Eduardo ao meu lado. O peito subia e descia em ritmo tranquilo, a barba por fazer marcava sua mandíbula forte, e a mão dele ainda repousava sobre minha cintura, como se mesmo dormindo me reivindicasse.
Meu corpo inteiro vibrava com as lembranças. Cada toque da noite passada ainda latejava em minha pele. Era como se meu corpo tivesse sido redesenhado por ele, e eu não queria que aquela sensação fosse embora.
Levantei devagar, mas antes que pudesse sair da cama, Eduardo abriu os olhos. O olhar dele era preguiçoso, mas ardente, e um sorriso lento surgiu em seus lábios.
— Onde pensa que vai, hein? — murmurou, a voz rouca de sono e desejo.
— Ia pegar um copo d’água…
Ele me puxou de volta, com facilidade, fazendo-me cair sobre seu peito nu.
— Água pode esperar. Você não.
**