As semanas seguintes foram marcadas por encontros discretos, olhares cúmplices e conversas sussurradas entre Laís e Eduardo. Desde o churrasco, a certeza sobre o casamento parecia morar no silêncio entre eles — uma decisão que não precisava de anúncio, mas de construção.
Era fim de tarde quando Eduardo apareceu na casa de Dona Tereza com um envelope pardo debaixo do braço. Encontrou Laís sentada no quintal, lendo um livro, os pés descalços sobre o gramado e o vestido leve esvoaçando com o vento. A luz dourada do sol destacava os fios castanhos do cabelo dela, e Eduardo a observou por um instante antes de se anunciar.
— Trouxe um presente — disse ele, estendendo o envelope com um sorriso sereno.
Ela o abriu com curiosidade. Dentro, um catálogo de espaços para eventos e uma folha escrita à mão com a sugestão de datas e anotações rabiscadas: "campo aberto com árvores", "final de tarde", "flores do campo".
— Achei que a gente podia começar a sonhar mais com os pés no chão.
Laís o olhou, o