Sarah e Sam são melhores amigos, quase como irmãos, e estão sempre juntos em tudo. Certa noite, ele a convence a ir em uma festa, por mais que ela deteste esse tipo de ambiente, e Sarah conhece Muriel, o garoto rico e dono de toda aquela bagunça que a está irritando. Depois de um começo conturbado, os dois começam a sair juntos e, por mais que algumas coisas estranhas aconteçam e Sam comece a se afastar com desculpas nada convincentes, Sarah resolve ignorar tudo e ir adiante, se envolvendo cada vez mais. Ela só não poderia imaginar que sua vida iria virar de cabeça para baixo repentinamente.
Ler maisAs luzes brilhando estavam me incomodando profundamente, bem como a música excessivamente alta naquela casa imensa e desconhecida.
O que, diabos, eu estava fazendo naquele lugar? Por que eu tinha que ter cedido as suplicas de Sam? Eu nunca mais ia cair nas lamentações dele na minha vida!
Percebi um movimento ao meu lado, um garoto movendo os lábios, mas eu não conseguia ouvir uma única palavra por causa daquele som insuportável. Olhei para ele com a testa franzida, e ele riu abertamente.
- Oi? – ele se inclinou para falar diretamente no meu ouvido.
- Essa música é ridiculamente alta. – justifiquei aos berros.
- Meu nome é Muriel. – ele falou no meu ouvido novamente.
- Sarah. – eu iria ficar com dor de garganta, certeza.
Ele riu outra vez, e comecei a ficar ainda mais irritada.
- Vamos lá para fora. – não era um pedido.
Cruzei os braços, então ele voltou e se inclinou uma última vez.
- Por favor?
Bom, já que agora estava sendo educado...
Segui o estranho até o lado de fora, que era uma espécie de jardim repleto de árvores. Haviam casais por todos os lados, sob todas as sombras possíveis.
- Melhor, Sarah? – Muriel perguntou.
Olhei para ele com atenção pela primeira vez. Seus cabelos eram castanhos, cortados bem curtos, e os olhos castanhos eram brilhantes e animados. Estava vestido com uma camiseta branca e uma calça escura, ambas lisas.
- Muito. – respondi, aliviada por não precisar gritar.
- Se odeia tanto som alto, o que está fazendo aqui?
- Meu amigo me arrastou. – tentei conter uma expressão contrariada, mas não tenho certeza se deu certo – Particularmente odeio essas festas, essas casas luxuosas e essas pessoas ricas e sem medo de consequências. – as palavras saíram antes que eu pensasse direito.
Muriel pareceu perplexo por um momento.
- Ah... – murmurou instantes depois – Fico feliz em ter sua opinião. Vou pensar nisso antes de organizar qualquer outro evento do tipo.
Fiquei completamente parada, com a mente em branco, enquanto ele me dava as costas e se afastava em direção ao interior da festa.
O que tinha de errado comigo? Como eu pude dizer essas coisas para um completo estranho? Nunca senti tanta vergonha em toda a minha vida!
Rapidamente segui para onde ele tinha ido. Eu precisava pedir desculpas por ter sido tão grosseira, depois eu procuraria Sam, gritaria com ele por me enfiar naquela situação e iria embora. E nunca, jamais, eu entraria em outra festa como essa.
Felizmente não precisei procurar muito. Logo o avistei, de costas, conversando animadamente com um grupo de pessoas. A parte boa é que não parecia muito chateado comigo, já que estava sorrindo e sem nenhum traço de irritação no rosto.
Cutuquei seu ombro com o dedo, o que não parecia uma boa abordagem, mas surtiu efeito. Ele se virou para mim, procurando quem o interrompia, enquanto todas as outras pessoas também me observavam.
- É... – comecei, insegura com tantas pessoas olhando na minha direção.
Muriel sorriu, depois colocou a mão na minha nuca e juntou os lábios nos meus sem pestanejar enquanto seus amigos davam gritinhos e risadas. Arquejei de surpresa, e dei um passo para trás, atrapalhando nossos corpos, e um copo, que eu não tinha notado, derramou todo seu conteúdo na minha camiseta.
- Droga! – ele exclamou – Vem cá...
Fui arrastada pela mão até um banheiro grande, onde havia um casal que não pareceu se importar com a nossa aparição.
- Arruinei sua roupa... – ele olhou sugestivamente na minha direção.
- Sarah. – falei, incrédula que já tivesse esquecido – Acabei de te dizer isso, Muriel. – reclamei, incapaz de me conter. Eu não era grande coisa, mas ser esquecida assim era um pouco ultrajante.
- Certo... – ele respondeu baixo depois de um instante – Sarah.
Repentinamente fui puxada para o alto pela cintura e colocada sentada na pia. Sem dizer mais nada, ele investiu contra mim outra vez, tentando me beijar.
- O que é isso? – afastei meu rosto.
- O quê? – ele abriu os olhos.
- Olha, eu só vim pedir desculpas pelo meu comentário. – apoiei as mãos no seu peito – Não para isso...
- Ahn... – ele me observou por um instante – Pedido aceito. Agora podemos continuar?
- Não! – aquilo era sério?
Desci de cima da pia enquanto ele me observava com uma expressão indecifrável.
- Bom, tchau. – falei enquanto me desvencilhava do seu corpo.
Voltei mais uma vez para a confusão de pessoas e, abençoada seja a única sorte do dia, encontrei Sam com facilidade. Ele estava dançando com um grupo de pessoas que o olhavam meio torto, sem notar nada.
Sam sendo Sam.
- Ei. – o peguei pelo braço.
- Que isso, Sarah! – ele deu um pulo de susto.
- Vamos embora. – decretei – Já chega.
- Ah, Sarah! – ele ergueu o copo, derramando o conteúdo em uma garota que o olhou como se pudesse matá-lo ali mesmo – Mas está tão ótimo!
- Que seja. – dei as costas e sai andando em direção a porta da frente.
Se Sam queria ficar naquela loucura, que ficasse. Para mim já estava bom por aquela noite. Eu já tinha sido idiota com um cara que tinha sido legal comigo e depois o tal cara agiu de um modo completamente confuso. Ele me beijou! Do nada!
- Gostei da camiseta. – Sam me alcançou e comentou sarcasticamente.
- O quê? – automaticamente olhei para baixo e percebi que estava transparente.
Eu tinha esquecido completamente de que tinha caído bebida na minha camiseta branca. Agora dava para ver todo meu sutiã.
- Mas que ótimo. – cruzei os braços com força no peito.
Havia tantas flores ao meu redor que eu estava ficando ligeiramente zonza. E todas eram excepcionalmente brancas, com algumas gotas de água sobre as pétalas como se tivessem acabado de ser regadas. Dei um passo adiante, totalmente perplexa com aquele lugar, e comecei a notar que era uma espécie de labirinto. Várias camadas formando um círculo cada vez menor, levando até uma pequena câmara no centro. Eu não fazia ideia do que estava fazendo naquele lugar, e estava começando a ficar sinceramente curiosa. Afinal, onde estava Sam? Ele já deveria ter chegado. Nós est&aa
Tomei um banho para me acalmar, e finalmente as lágrimas pararam de sair e meus olhos ficaram muito secos, vermelhos e inchados. Juliana me esperava do outro lado da porta do banheiro, visivelmente preocupada e agitada. Ela nunca tinha me visto daquele jeito e não sabia o que fazer ou dizer para eu me sentir melhor. - Está tudo bem. – falei com a maior estabilidade que consegui. - Estou me sentindo uma péssima amiga por ter que ir trabalhar nesse segundo. – ela parecia verdadeiramente angustiada. - N&ati
Saí da livraria com as pernas completamente bambas e os olhos marejados. Não era possível que Sam estivesse justamente ali, naquele dia, bem ao lado de Eduardo. - Sarah? – Eduardo saiu atrás de mim, preocupado. - Desculpe. – pedi, começando a andar pela calçada. Eu precisava me afastar o máximo possível, mas Eduardo me seguiu. Eu não tinha condições de falar com ele naquele momento, explicar porque eu estava tão abalada. - Sarah. – sua m&atild
Sam - Sam, o seu Sam? – escutei o dono da livraria dizer ao meu lado. Eu estava petrificado no lugar, encarando Sarah. Ela estava estonteante num vestido marcado na cintura, os cabelos soltos, maiores do que eu me lembrava, caindo pelos ombros e os olhos muito abertos. Eu era o seu Sam? Eles haviam conversado sobre mim? - O que está acontecendo? – Liz surgiu ao meu lado, alheia à atmosfera confusa que tinha se estabelecido. Assim que seus dedos tocaram m
Passei as pernas ao redor de Eduardo, me sentando em seu colo, e continuei nossos beijos com ainda mais intensidade do que anteriormente. Ao fundo, o som do filme se perdia enquanto nos concentrávamos um no outro cada vez mais. Estávamos juntos a cerca de três meses. Grande parte desse tempo passamos nos beijando dessa forma, ávidos por mais, mas nunca indo adiante. Eu sabia que ele queria, uma parte de mim também queria, no entanto, sempre parávamos quando parecia que iria acontecer algo mais. Me afastei do seu corpo, com a respiração completamente alterada, e fui até a cozinha para beber um copo de água. Eu queria me acalmar, relaxar toda aquela tensão que est
Sam - Sam, não! – Liz gritou, me puxando por um dos braços. Eu estava cego de irritação, lançando meu corpo para aquele imbecil que eu adoraria nunca mais ter encontrado em toda a minha vida, e que agora me olhava com um uma expressão irritada. - Me solta. – pedi para ela, com a voz mais gentil que pude manter. Me afastei rapidamente, louco para me colocar para fora daquele lugar. Eu sabia que era uma péssima ideia voltar para aquela cidade.&n
Último capítulo