Eu cometi um erro.
Não era a primeira vez que essa frase rondava meus pensamentos, mas, naquele dia, ela ecoava com mais peso. Um erro não por maldade — nunca foi por maldade —, mas por ego, por covardia, talvez. Levar a Sara pra dentro do casarão foi uma escolha estúpida. E, no fundo, eu sabia.
Ela não gritou, não fez escândalo, não me olhou com raiva. Só com uma tristeza silenciosa que me perseguiu desde então.
Sara não tinha culpa. Ela chegou animada, curiosa, e no início talvez tenha acreditado que havia algo entre nós. Mas bastou um almoço, um passeio pela fazenda, e a aproximação dela com o Felipe ficou evidente. E se eu dissesse que me incomodou… estaria mentindo.
Na verdade, foi um alívio.
Um alívio perceber que ela desviava o olhar quando Felipe passava, que ela sorria diferente pra ele. Que me olhava com aquela gentileza superficial de quem já entendeu que não era ali que o coração dela queria estar. Nem o meu.
Eu, por outro lado, continuava preso a uma mulher que agor