Eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, essa conversa ia acontecer.
Só não achei que fosse doer tanto estar ali, sentada à frente dele, com tantas palavras presas na garganta. Bernardo sempre teve esse dom de me deixar em conflito — entre o que penso, o que sinto, e o que consigo dizer em voz alta.
Meu coração doeu com as palavras dele. Dizer que me amava… e do jeito que disse, como se estivesse entregando tudo. Um último esforço. Um apelo.
Mas eu não conseguia corresponder. Não com palavras. Não agora.
Porque amar o Bernardo — e eu amava — era como tentar segurar água entre os dedos.
Respirei fundo, sem saber ao certo o que dizer. Não queria mentir. Mas também não queria dar a ele o que ele queria ouvir. Porque não era o momento. Porque eu ainda estava ferida.
Respirei fundo, sem saber ao certo o que dizer. Não queria mentir. Mas também não queria dar a ele o que ele queria ouvir. Porque não era o momento. Porque eu ainda estava ferida.
— Você fala como se eu fosse uma parede esperan