Fazia três dias.
Setenta e duas horas.
Mais de quatro mil batimentos cardíacos desde que ele a teve nos braços.
E ainda assim... ela estava em tudo.
Na camisa que ele vestia e depois tirava por não suportar o perfume que lembrava o cabelo dela.
Na xícara de café que queimava na língua, mas não aquecia o peito.
No lençol da cama que ele ainda não conseguia trocar.
E, sobretudo, na boca dele.
O gosto dela.
Ainda lá.
Como um pecado não confessado. Como um vício que não quer cura.
Ele fechava os olhos e era como se sentisse de novo: a pele quente, o arrepio, os gemidos abafados, a forma como ela se arqueava inteira para ele.
E aquela última vez...
Aquela terceira vez, quando ela gemeu seu nome com a voz embargada de prazer e medo, gravou-se nele como uma tatuagem invisível, mas latejante.
Ela foi dele.
Mas não por posse.
Ela foi dele... por escolha.
E isso o destruía aos poucos, porque o fazia querer mais.
Mais do toque.
Mais do olhar.
Mais do que havia por trás daquela mulher que fingia