O som das ondas era o primeiro sussurro que se ouvia ao chegar.
Depois, vinha o cheiro: maresia misturada com tinta fresca e jasmim.
E, por fim, os olhos — que não conseguiam mais olhar para outro lugar senão para a arquitetura que abraçava o céu com elegância e coragem.
O hotel boutique foi inaugurado sob aplausos.
Mas não era só um negócio.
Era um santuário.
À beira-mar, com uma praia privativa que parecia ter sido desenhada para recomeços, ele se erguia como uma obra de arte viva.
A fachada de vidro refletia o azul do céu, mas também as cicatrizes do passado — agora expostas com orgulho.
Nas paredes internas, quadros pintados pelas crianças da ONG se misturavam com obras de artistas locais.
Dor transformada em arte.
Histórias traduzidas em cor.
Anyellen caminhava pelos corredores com os pés descalços, sentindo cada textura sob a pele como se pisasse sobre sua própria jornada.
Miguel observava tudo com os olhos de quem ainda não acreditava:
— Isso é nosso, — ele disse, num tom que m