O som da chuva fina contra a vidraça foi o primeiro aviso de que o dia não seria comum.
Isadora despertou com a cabeça pesada, os pensamentos nublados e o coração inquieto. Já passava das oito quando notou a hora, algo que nunca acontecia. E, como se Lorenzo soubesse exatamente quando ela acordaria, uma notificação brilhou no celular.
— "O motorista está te esperando. Hoje, você vai comigo para o escritório. Não se atrase. L. PS: Tente não fugir. A tentação tem nome. E você o conhece bem.”
Ela soltou um suspiro impaciente. Sabia que estava sendo manipulada, mas também sabia que, em algum nível, gostava daquele jogo sutil de provocações. Isadora se levantou, escolheu uma roupa elegante, mas discreta: um conjunto preto de alfaiataria e salto alto. O batom vermelho foi sua arma declarada.
Quando desceu, o motorista a esperava com a porta aberta e um sorriso contido. Ao entrar no carro, encontrou uma pequena caixa preta sobre o banco. Dentro, um par de brincos de esmeralda e um bilhete do