A noite caiu sobre a cidade como um véu denso, abafado pelo cansaço acumulado da semana. As janelas da mansão estavam quase todas escuras, exceto por uma luz tênue no quarto de Isadora. Ela estava sentada na beirada da cama, os pés descalços encostando no tapete macio, o cabelo solto escorrendo pelas costas e um robe de cetim marcando suas curvas delicadas. Tentava ler um contrato, mas sua mente não absorvia mais nada.
O dia tinha sido exaustivo. Discussões internas, reuniões arrastadas e olhares desconfiados por toda parte. Mesmo sendo inteligente e eficiente, ainda era vista como uma intrusa por muitos. E Lorenzo... ele foi enigmático o tempo todo. Ora frio, ora provocador. Sempre intenso.
Quando ouviu a maçaneta girar sem aviso, seu corpo enrijeceu.
— Acha mesmo que pode continuar me evitando, Isadora? — a voz rouca de Lorenzo cortou o silêncio com precisão cirúrgica.
Ela virou-se bruscamente, os olhos arregalados ao vê-lo adentrar o quarto como se fosse dele.
— Você não bate? — pe