As flores ainda estavam sobre a escrivaninha quando Isadora acordou naquela manhã. Não as jogou fora. Também não as admirou. Estavam ali como um lembrete constante de que a linha entre ódio e desejo era mais fina do que qualquer regra moral que ela tentasse impor a si mesma.
Enquanto se vestia para mais um dia de trabalho na empresa de Lorenzo, algo nela gritava que precisava de distância. Distância de tudo que tinha olhos verdes e voz baixa demais para ser ignorada.
No caminho até o escritório, a tensão nas costas parecia pesar mais do que a pasta com os relatórios. Por isso, ao invés de ir direto, fez um desvio inesperado e parou na cafeteria onde costumava encontrar Rebeca, sua antiga colega da pós-graduação, hoje terapeuta.
— Você sumiu, Isa. — Rebeca sorriu ao vê-la, mas logo percebeu o semblante — Ou você tá apaixonada ou afundando num poço emocional com cara de Ceo.
Isadora soltou uma risada fraca.
— Se eu te disser que é as duas coisas ao mesmo tempo, você me interna?
Rebeca e