O silêncio tinha peso.
Era denso como neblina. Presente em cada espaço daquela mansão elegante que já viu provocações, ordens, embates, e agora, ignorância calculada. Três dias haviam se passado desde o beijo de Lorenzo. Três longos, dolorosos e inquietantes dias.
Isadora evitava o dono da casa como quem foge do próprio reflexo. Mudou seus horários, passava a manhã no escritório recém-reformado, almoçava no quarto, mergulhava em planilhas e contratos que já havia revisado duas vezes. Fingia produtividade, mas estava apenas fugindo. Dele. De si mesma. Daquele beijo inesperado.
Mas o gosto ainda estava ali. Como uma lembrança atrevida, como uma provocação sem voz.
Lorenzo, por sua vez, parecia indiferente. Descia para o café, trocava mensagens com investidores, recebia ligações em italiano no viva-voz e fingia que nada havia acontecido. Não tocava no assunto, não forçava sua presença. Mas também não se afastava completamente. Era um jogo silencioso de poder, orgulho… e um tipo de contro