Isadora teve um dia cheio, tudo o que precisava era uma taça de vinho e sua cama. Eram quase nove da noite. Um dia inteiro de reuniões, pressões corporativas, decisões difíceis. Além do vinho e da cama, ela queria um banho quente, um travesseiro fofo e silêncio. Mas, ao atravessar o corredor que levava à sala de estar, algo lhe chamou atenção: o leve cheiro de tinta fresca no ar.
Franziu o cenho. Caminhou até o lado oposto da casa, onde costumava ficar um cômodo antigo, inutilizado. Mas, ao empurrar a porta de vidro, foi como entrar em outro universo.
A sala foi completamente transformada.
As paredes estavam cobertas com painéis de madeira clara, iluminação indireta banhava o espaço com sofisticação, e no centro havia uma mesa executiva em carvalho, poltronas em couro creme, uma estante repleta de livros e... duas discretas câmeras de segurança, uma em cada canto superior do teto.
No centro da mesa, uma placa dourada: Isadora.
— O que é isso? — sussurrou, como se a sala fosse uma mira