O silêncio do café da manhã era tenso, como sempre. Isadora mexia o café lentamente, fingindo não perceber o olhar fixo de Lorenzo sobre ela. Desde a noite em que ele a obrigou a dividir o quarto, tudo estava em suspensão, como se vivessem em uma bomba-relógio.
— Hoje à noite temos um evento. — ele disse, finalmente.
Ela ergueu os olhos.
— “Temos”?
— Um jantar beneficente. Repleto de figurões do mercado financeiro e da alta sociedade. Você vai comigo.
Ela pousou a xícara com cuidado.
— Não sou sua namorada. Nem sua acompanhante.
— É minha sócia contratual. Vai me acompanhar para manter aparências e reforçar que o contrato está sendo cumprido.
— E se eu disser que não quero ir?
Lorenzo inclinou-se para frente, apoiando os antebraços sobre a mesa.
— Você não quer mesmo descobrir quais cláusulas não estavam escritas, mas são perfeitamente aplicáveis.
Ela cerrou os dentes.
— Isso é uma ameaça?
— É um aviso. E uma chance de mostrar ao mundo quem você é ao meu lado. Aproveite.
Antes que ela