Capítulo 09 Aurora
A respiração dele batia contra a minha pele, quente e descompassada. Bastou mais um passo, e não havia mais espaço para fuga. Os olhos de Vicenzo cravados nos meus eram um convite perigoso, um abismo do qual eu não tinha forças para recuar.
— Você devia se afastar... — sussurrei, mesmo sem acreditar nas próprias palavras.
O sorriso torto que ele me deu foi a minha ruína. Em um segundo, sua mão estava na minha cintura, firme, possessiva, puxando-me contra seu peito molhado pela maresia. No seguinte, sua boca tomou a minha.
O beijo foi urgente, faminto, como se todo o tempo em que ficamos longe tivesse se acumulado em uma explosão inevitável. Minhas mãos, traidoras, se agarraram aos ombros dele, sentindo cada músculo retesado, cada tremor contido.
A areia fria sob meus pés desapareceu. O mundo inteiro sumiu, restando apenas o gosto salgado entre nossos lábios e a força daquele reencontro. Vicenzo aprofundou o beijo, dominador, mas com uma fúria que escondia algo mais