Capítulo 24
Vicenzo
Voltamos para a mansão já perto do horário do almoço de domingo. O carro deslizou pelo portão principal, e meu estômago se revirou ao ver o movimento diferente na entrada. Não era só a rotina da casa — havia visitantes.
Quando descemos, o motorista se apressou em abrir a porta para Aurora. Vi o rubor subir em suas bochechas quando ela percebeu que todos os olhares recaíam sobre nós. Eu fiz questão de estender a mão, firme, para ajudá-la a sair, deixando claro que não havia nada a esconder.
No hall, fomos recebidos por vozes que ecoavam do salão principal. Reconheci de imediato: meu tio Arturo, irmão de minha mãe, acompanhado de sua esposa, Clara. Aquele tipo de visita que sempre aparecia nos momentos mais inoportunos. Ele sabe sobre Henrique, deve ter lido as notícias e veio ver de perto…
— Vicenzo, querido — a voz de Clara soou melosa demais, como sempre, enquanto se aproximava com um sorriso falso. — Que surpresa vê-lo assim, tão... disposto.
O olhar dela escor