Capítulo 25 — Aurora
O pensamento ainda ecoava em minha mente quando uma risada debochada quebrou o silêncio da mesa.
— Até que a criadinha se saiu melhor do que eu esperava… — a voz carregada de veneno do tio soou, como se cuspisse cada palavra. — Quem diria, Glória? A menina até sabe trocar uma colher.
O sangue subiu ao meu rosto e a colher em minha mão tremeu. Quis desaparecer de vergonha.
Antes que eu pudesse reagir, a cadeira ao meu lado arrastou-se com força. Vicenzo apoiou as mãos sobre a mesa, os olhos faiscando de raiva.
— Chega. — A voz dele soou firme, cortante. — Ninguém aqui vai desrespeitar Aurora.
Meu coração disparou.
Os tios se entreolharam, fingindo indignação, e a tia abriu a boca para retrucar, mas Glória a interrompeu.
— Vicente tem razão. — A mãe dele falou baixo, mas cada sílaba tinha o peso de uma sentença. — Nesta casa, Aurora será tratada com o respeito que merece.
A mesa inteira silenciou. O choque estampado no rosto dos tios foi quase cômico. Mas eu só co