Capítulo 06 O Contrato

Capítulo 06 O Contrato

Aurora

Um mês se passou desde a primeira noite que passei com Vicenzo.

Um mês tentando agir normalmente dentro da mansão Ricci, mesmo com o coração descompassado toda vez que ele passava por mim com aquele olhar cortante. Ele não repetiu a pergunta. Não insistiu na promessa que eu não consegui fazer. Mas não me deixou esquecer que, de alguma forma, eu ainda era dele.

As coisas tomaram um rumo estranho, intenso e impossível de explicar.

Eu me mantinha ocupada, fazia as tarefas da casa, evitava conversar com Glória mais do que o necessário, e mentia para minhas amigas quando perguntavam por que sumi da festa. Inventei uma crise em casa, uma doença da minha mãe. Qualquer desculpa era melhor do que dizer a verdade. Como explicar que eu estava envolvida com o filho da patroa? Com o homem que sempre fez questão de me lembrar que entre nós não poderia existir nada?

Mas há uma semana, ele apareceu na cozinha quando todos já estavam dormindo. Estava sério, como sempre, mas havia algo nos olhos dele uma mistura de raiva e desejo que me deixou sem chão.

— Não vou mais fingir que consigo ficar longe de você. — ele disse, jogando um envelope sobre a bancada.

Dentro havia um contrato. Um contrato de verdade. Impresso, com cláusulas, assinatura e até testemunha.

Contrato de Encontros Escondidos e Sigilosos.

Esse era o título. Frio. Prático. Típico dele.

Li cada parágrafo com as mãos tremendo.

As partes envolvidas Vicenzo Santoro e Aurora Santana comprometem-se a manter sigilo absoluto sobre qualquer tipo de contato físico ou emocional que venha a ocorrer entre eles.

Os encontros devem acontecer em local seguro, dentro dos limites da mansão, sem testemunhas.

Nenhuma das partes poderá criar vínculo afetivo, exigir exclusividade ou compromissos futuros.

Em caso de descumprimento, o contrato será encerrado imediatamente e a funcionária transferida de setor.

O contrato tem validade de seis meses e poderá ser renovado a critério exclusivo de Vicenzo Santoro.

— Isso é sério? — perguntei, num sussurro. — É assim que você quer que isso aconteça? Com cláusulas e punições?

Ele não respondeu. Apenas pegou a caneta do bolso e a deixou em cima do contrato, como quem oferece um veneno com luvas de veludo.

Assinei.

Com raiva, com medo, com desejo.

Desde então, todas as noites ele me procura. Nunca no mesmo lugar. Às vezes no antigo escritório da biblioteca. Outras vezes na garagem, dentro de um carro com os vidros fechados. Nossos encontros são intensos, silenciosos, proibidos. E cada um deles me faz esquecer quem eu sou, o que estou fazendo, e o quanto isso pode me destruir.

Mas hoje foi diferente.

Ele não apareceu.

Fiquei esperando até o relógio marcar três da manhã. Senti o gosto amargo da rejeição voltar. Um arrepio familiar percorreu minha espinha quando pensei que talvez ele tivesse mudado de ideia. Talvez tivesse decidido que o contrato não valia mais a pena.

Mas então, um bilhete foi escorregado por debaixo da porta do meu quarto.

“Encontre-me no escritório às cinco. Temos que conversar.”

Só que quando cheguei lá, não encontrei apenas Vicenzo.

A luz estava acesa, a cadeira virada, a porta entreaberta.

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