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Capítulo 5 – O Perigo Tem Nome

O Perigo Tem Nome

Vicenzo

Aurora, o nome ficou na minha mente como o gosto do pecado. Doce, perigoso, proibido. Eu não esperava encontrá-la naquela manhã, muito menos vestida como funcionária da casa da minha mãe.

Mas lá estava ela. Uniforme impecável, cabelo preso e os mesmos olhos que me imploraram para ficar aquela noite.

Fingi normalidade, porque era o que precisava fazer. Mas por dentro, tudo queimava.

Ela era virgem. Eu sabia disso no momento em que a toquei. Nenhum fingimento no mundo poderia esconder aquela entrega crua, real. O tipo de entrega que um homem nunca esquece.

E agora ela trabalhava para a minha família. Sob as ordens da minha mãe. A mesma mãe que não admite falhas, escândalos ou envolvimentos indevidos.

Maldito destino.

Passei o dia tentando me concentrar nos compromissos que me trouxeram de volta. A empresa estava afundando, as decisões erradas de anos precisavam de conserto. Mas tudo que eu via era ela. Caminhando pelos corredores com passos leves. Carregando bandejas, dobrando toalhas, tentando fingir que não lembrava do que fizemos.

Só que eu lembrava.

A forma como ela tremia quando eu me aproximava. O som da voz dela gemendo. O gosto da pele. O medo e a entrega se misturando nos olhos dela.

Ela era inocente. Mas não era tola.

À noite, quando a vi passar pelo corredor, sozinha, não resisti.

Encurralei.

Queria vê-la de perto, queria ouvi-la me chamar de "senhor" como se não tivesse se entregado horas antes. Mas o que encontrei foi ainda melhor. Ela tentando resistir, tentando me afastar com palavras que traíam o desejo no olhar.

Ela era fogo escondido sob controle. E eu era gasolina.

Mas o que me deixou em alerta não foi a vergonha dela, nem o medo de perder o emprego. Foi a verdade que me acertou como um soco no estômago.

Eu não queria que fosse só aquela noite.

Ela não era uma distração qualquer. Aurora tinha me marcado. E isso me tornava perigoso demais para ela.

Se minha mãe descobrisse, destruiria aquela garota sem piscar. Glória Santoro não aceita fraquezas, e muito menos escândalos envolvendo o sobrenome da família.

E eu? Eu já estava envolvido demais.

Voltei para o escritório, mas em vez de focar nos relatórios, sentei na poltrona de couro e fechei os olhos. O cheiro dela ainda estava na minha camisa. O mesmo cheiro que me tirou o sono e me manteve acordado como um idiota.

Suspirei, irritado comigo mesmo.

Aurora era o tipo de garota que merecia distância de homens como eu. Só que ela me queria. E pior, eu queria de volta. Com mais fome do que deveria.

O celular vibrou. Uma mensagem curta de um número não salvo.

"Precisamos conversar. Agora. É importante."

Aurora.

E naquele instante, eu soube. O jogo entre nós ainda nem tinha começado.

A urgência nas palavras dela acendeu algo em mim. Curiosidade? Medo? Desejo? Talvez tudo junto.

Levantei da poltrona com os músculos tensionados, ajeitei o paletó e respirei fundo. Eu estava prestes a cruzar uma linha de novo. Mas quando se trata dela, todas as linhas parecem apagadas.

Saí do escritório em passos firmes, cortando os corredores da mansão como se soubesse exatamente onde ela estaria. E sabia. Aurora não mandaria aquela mensagem se não estivesse decidida. E se estivesse decidida, eu precisava saber o motivo. Precisava entender por que, mesmo depois daquela noite, ela ainda me procurava.

Quando a encontrei, estava na ala de serviço, perto da dispensa. Sozinha. As luzes amareladas davam à pele dela um brilho dourado, quase etéreo. Mas não era santa. E nem eu.

Ela se virou devagar ao notar minha presença. Os olhos estavam arregalados, cheios de coisa não dita. Dúvida, medo, desejo.

— Está tudo bem? — perguntei, mantendo a voz baixa.

Aurora engoliu em seco e assentiu, depois negou com a cabeça. Confusa. Irritantemente linda.

— Não, não está. — Ela hesitou antes de continuar. — Eu não posso ficar aqui.

Aquilo me atingiu como uma lâmina. Fiquei em silêncio por um segundo, tentando entender o que ela estava dizendo de verdade. Estava pedindo demissão? Fugindo? Arrependida?

— Por quê? — Minha voz saiu mais fria do que eu pretendia.

— Porque você está aqui. — Ela respondeu, direta, crua. — E porque eu não consigo fingir que nada aconteceu. Não consigo trabalhar nessa casa com você me olhando como se ainda me quisesse.

Me aproximei. Um passo. Depois outro. Ela recuou até encostar na parede. A respiração acelerou, mas ela não desviou o olhar.

— E você, quer que eu pare de olhar?

Ela cerrou os punhos, tentando manter a compostura.

— Eu quero esquecer. Quero seguir em frente.

— Mentira. — Toquei o queixo dela com delicadeza. — Você me quer tanto quanto eu te quero. Está tentando se proteger, mas sabe que já estamos ferrados demais para recuar.

Aurora fechou os olhos por um instante, e quando abriu, estavam marejados.

— Você é perigoso, Vicenzo.

— E você me provoca como se quisesse brincar com esse perigo.

Minha mão escorregou para a cintura dela, sentindo o corpo tremer sob o uniforme.

— Eu não consigo dormir desde aquela noite, Aurora. Não consigo respirar direito sem lembrar do jeito que você me olhou. Do que sentimos. Isso não foi apenas sexo. Foi algo que eu não sei explicar.

Ela me olhou, ferida e entregue.

— Eu não sei lidar com isso.

— Eu também não. Mas aqui estamos.

E então, ela fez algo que não esperei.

Aurora me beijou.

Não foi um beijo tímido. Foi intenso, desesperado, como se o mundo estivesse desabando e só restasse aquele momento entre nós.

Correspondi. Pressionei-a contra a parede, sentindo o gosto do medo e do desejo misturados. As mãos dela tocaram meu rosto, minha nuca, puxando-me para mais perto, mais fundo. Mas quando minhas mãos escorregaram para suas coxas, ela rompeu o beijo com um arfar.

— A gente não devia estar fazendo isso — sussurrou, com a respiração entrecortada. — Alguém pode ter visto.

— E daí?

— Minha patroa… — Ela olhou em direção ao corredor, o olhar aflito. — Se ela souber, estou na rua. E você sabe disso.

Meu maxilar se contraiu. Claro que eu sabia. Glória sempre foi obcecada pelas aparências. E se tem uma coisa que ela não perdoaria seria o envolvimento da empregada com o filho mais velho. Ainda mais com essa empregada.

— Isso não vai acontecer — falei firme. — Eu não vou deixar que te prejudiquem.

— Você não manda aqui, Vicenzo. Ela manda. E eu preciso desse emprego.

— Mando mais do que você imagina.

Ela tentou se afastar, mas minha mão encostou em sua cintura, impedindo-a. Estava tremendo.

— Me solta. — Sua voz falhou.

— Não, enquanto você não me prometer que não vai embora, que não vai agir sem falar comigo.

Aurora desviou o olhar, mordendo os lábios com força. Seu silêncio era mais gritante do que qualquer resposta. Eu me aproximei mais, meu corpo colado ao dela.

— Aurora.

Ela empalideceu, empurrou meu peito com as duas mãos e escapou de mim como se estivesse fugindo do fogo.

Mas antes que ela virasse o corredor, a chamei:

— Aurora…

Ela parou. Não se virou, apenas ficou ali, com o corpo tenso, como se estivesse decidindo se fugia de vez ou se me ouvia.

Dei um passo à frente.

— Promete que não vai sair dessa casa.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos que me pareceram eternos, então murmurou sem me encarar.

— Eu, eu não sei se posso prometer isso.

E então desapareceu pelo corredor, me deixando com uma resposta que doía mais do que um não.

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