O sábado ainda parecia longe, mas para Clara, cada hora que passava aumentava a expectativa de reencontrar Augusto. Naquela manhã, ela acordou com a lembrança do sorriso dele pairando suave em sua mente. A cafeteria, o convite, a conversa — tudo voltava como um filme silencioso, cheio de pausas e suspiros.
Enquanto escovava os dentes, encarando o espelho do banheiro, viu refletido o rubor discreto que insistia em colorir suas bochechas desde aquele encontro. Era estranho e familiar ao mesmo tempo: aquele frio na barriga, o desejo quase adolescente de que tudo desse certo.
Chegou ao trabalho alguns minutos mais cedo, como de costume, mas sua concentração parecia ter ficado na cafeteria junto com a xícara de cappuccino. Sentou-se à mesa, ligou o computador, organizou os papéis do dia… e depois encarou a tela por alguns minutos, sonhando acordada.
— Quem diria — murmurou Ana, surgindo por trás com seu café habitual na mão. — Alguém aqui está flutuando hoje. Vai me dizer que não tem n