Segunda-feira amanheceu cinza em Valmor, com nuvens baixas prometendo chuva a qualquer instante. Clara desligou o despertador e permaneceu na cama por alguns segundos, aconchegada aos lençóis floridos, ainda saboreando a leveza do domingo. Mas o trabalho não espera, e as responsabilidades logo cobraram sua atenção. Ela se levantou, arrastando-se até a cozinha, onde o aroma de café fresco a revitalizou por alguns instantes.
O trajeto até o escritório foi um borrão de pensamentos. Clara refletia sobre as conversas do fim de semana: o reencontro com Davi, o calor das lembranças da faculdade, e sobretudo, a menção de Augusto, de quem não conseguia tirar da cabeça. Havia algo em seu sorriso que a deixava inquieta — um desejo suave de revivê-lo. Mas segunda-feira tem seu ritmo próprio, e ela precisou mergulhar em e-mails, relatórios e reuniões.
No escritório, a rotina seguiu seu curso. Teclados apitando, reuniões marcadas e improváveis urgências: o cliente que desejava ajustar a campanha