Helena despertou na manhã seguinte ao som suave do cinzel de Dante contra a pedra-sabão. A luz da manhã entrava pelas janelas da oficina, e ela estava enrolada em um cobertor no catre, exatamente onde haviam adormecido após a exaustão emocional da noite anterior. No centro do peito dela, pousado sobre o tecido, estava o pequeno pássaro de pedra, o anel de noivado mais improvável e perfeito do mundo.
Ela se sentou, observando-o. Ele estava sentado no chão, de costas para ela, completamente absorto em seu pequeno projeto. Não estava mais lascando a pedra de forma hesitante, mas trabalhando com um ritmo calmo e confiante. A quietude da cena, a domesticidade daquele momento, encheu o coração de Helena com uma paz tão profunda que era quase avassaladora.
— Bom dia, meu noivo — ela disse suavemente.
Ele parou de trabalhar e se virou, um sorriso lento e caloroso iluminando seu rosto. O cansaço da guerra havia desaparecido de seus olhos, substituído por uma serenidade que ela nunca vira nele