O som do celular de Dante sendo silenciado foi mais eloquente do que qualquer declaração de amor. Naquele gesto simples, ele escolheu o santuário da oficina empoeirada em detrimento de seu império de vidro e aço. Ele escolheu ela. A tensão que prendia os ombros de Helena se desfez, e o ar que ela inspirou parecia, pela primeira vez, pertencer totalmente a ela.
A manhã que se seguiu foi uma dança desajeitada e maravilhosa de domesticidade. Na pequena cozinha de Helena, o bilionário que comandava conselhos de administração com um aceno de cabeça provou ser surpreendentemente inepto em encontrar as xícaras de café. Helena riu, um som genuíno e leve, ao vê-lo abrir o armário de temperos pela terceira vez.
— Terceira porta à esquerda, em cima — ela o guiou, a voz divertida.
— Meu mundo é mais organizado — ele resmungou, finalmente encontrando as xícaras.
— Seu mundo não tem alma, apenas ordem — ela retrucou, entregando-lhe o coador de pano.
Ele parou e a olhou, um sorriso lento se espalhan