76. Imperfeição Perfeita
“Liz Bianchi”
Entrei na sala de reuniões com o coração acelerado e a sensação de que, por pouco, não coloquei tudo a perder.
Se não fosse meu hábito paranoico de manter tudo salvo em arquivos digitais, herança direta da sabotagem que sofri na faculdade, meu próximo passeio seria direto para o RH.
Minhas mãos ainda tremem enquanto coloco as pastas sobre a mesa. Duas horas de corrida contra o tempo, uma discussão tensa com Paolo…
Mas basta olhar para Ettore e tudo muda.
Ele sorri.
E, de repente, a tensão nos meus ombros desaparece.
Meu marido acreditou em mim. Mais do que qualquer pessoa nesta sala. Talvez mais do que eu mesma acreditei.
— Antes de começarmos — digo, sinalizando para que minha equipe se posicione —, gostaria de explicar a filosofia por trás deste projeto.
Giulia liga o projetor. Paolo começa a organizar as amostras na mesa. Quando nossos olhares se cruzam, noto o incômodo nos olhos dele. Escolho ignorar, por ora.
As primeiras peças surgem na tela: blazers com cortes clá