30. Uma Ameaça Mortal
“Ettore Bianchi”
Observo o rosto da minha mãe, deformado pela fúria mal contida, e sinto aquela velha exaustão conhecida. O mesmo olhar, a mesma tensão. As mesmas batalhas.
Liz alterna o olhar entre nós dois, claramente ponderando se deve sair ou enfrentar minha mãe de frente.
Mas agora, ciente de que Liz parou de recuar e se intimidar, não posso deixar isso acontecer.
Não aqui. Não com minha mãe prestes a colocá-la para fora com as próprias mãos.
— Liz, nos dê licença, por favor — digo, mantendo o tom calmo e profissional.
— Claro, volto depois.— ela responde, visivelmente insatisfeita. — Ou podemos discutir isso na nossa casa, marido.
Ela solta a provocação com um meio sorriso e segue até a porta. Ao passar por minha mãe, Chiara se afasta como se Liz fosse portadora de um vírus mortal.
A porta mal se fecha, e minha mãe já me encara com intensidade.
— Você não deveria estar em Turim? — pergunto, arqueando uma sobrancelha. — Não era esse o plano? Ficar longe das lembranças e