186. Última Chance
As palavras saem da minha boca antes que eu possa pensar direito no que estou dizendo, me assustando e me excitando ao mesmo tempo.
O olhar de Lorenzo trava no meu. Seus olhos azuis escurecem um pouco mais, como se ele tivesse esperado por isso a noite toda.
— Seu endereço — ele diz, ligando o veículo com pressa. — Agora.
— Via Montenapoleone, 47 — respondo, sentindo meu coração bater tão alto que tenho certeza de que ele pode ouvir.
Lorenzo dirige com uma mão no volante, enquanto a outra segura minha coxa, traçando pequenos círculos que me deixam desconcentrada.
Ele não diz nada, mas sua postura está… diferente do homem educado e inabalável que conheço. Essa versão parece mais perigosa. Predatória.
Quando finalmente chegamos ao meu prédio, ele estaciona em frente, desliga o carro e se vira para mim.
— Última chance de mudar de ideia, Aurora — murmura, num tom baixo, quase um desafio.
— Não vou mudar de ideia — sussurro. E é a verdade.
Lorenzo sai do carro e contorna até minha porta,