175. A Coragem Líquida
“Aurora Bianchi”
O Negroni desce tão forte que quase choro, mas não deixo ninguém perceber. Lorenzo está me observando, esperando qualquer sinal de arrependimento.
Não vou dar esse gostinho a ele.
— Então — Emily diz, se inclinando para frente — nos fale sobre você, Lorenzo. O que faz além de administrar uma empresa e provocar mulheres indefesas?
— Indefesa? — repito, quase engasgando com a bebida. — Emily!
— Cuido dos negócios da família — Lorenzo responde, ignorando minha indignação. — Viajo bastante. Tento manter a vida interessante.
— Que tipo de negócios? — Pietro pergunta, tomando um gole do próprio drink.
— Importação, exportação — diz, mexendo no anel do indicador, pensativo. — Alguns hotéis, restaurantes. Coisas que minha família construiu ao longo dos anos.
— Tradição familiar — meu irmão comenta. — Como Aurora com nosso pai.
— Exato — Lorenzo concorda, desviando o olhar para mim. — Embora imagine que Aurora tenha tido mais… escolha nessa questão.
— O que isso quer dizer? —