131. Tão Doente Quanto Ele
“Chiara Bianchi”
O som do carro estacionando faz meu coração acelerar. Ettore. Aqui. Agora.
— Saia — ordeno a Antônio, apontando em direção aos fundos da casa. — Pela cozinha. Agora.
— Chiara, espera — ele tenta argumentar, se levantando rapidamente. — Podemos ir juntos para…
— NÃO vou a lugar nenhum — o corto, num tom baixo, mas definitivo. — Você é doente, Antônio. E eu não quero nenhuma parte nisso. Saia agora pela porta dos fundos ou eu mesma ligo para a polícia!
O som da porta do carro batendo ecoa pelo jardim silencioso.
Antônio finalmente começa a se afastar, mas não sem antes lançar um olhar que oscila entre súplica e raiva.
Quando some pelo corredor, respiro fundo, tentando controlar o nervosismo.
Me sento no sofá, aliso o robe e tento parecer natural. Enquanto ouço a porta principal se abrindo, tento organizar meus pensamentos.
— Ettore — digo, forçando um tom neutro quando o vejo. — Que surpresa.
— Onde ele está? — pergunta, olhando ao redor, deixando cl